Vice-presidente do PSB, Roberto Amaral admitiu ao Correio que seus artigos recentes estão repercutindo mais do que ele mesmo esperava. No último, publicado na Carta Capital, o cacique socialista criticou os economistas André Lara Rezende e Eduardo Gianetti da Fonseca, conselheiros de Marina Silva, mas o próprio Amaral apressou-se em dizer que não existe qualquer ataque à ex-senadora, recém-filiada ao PSB. Acrescentou ainda que foi maldade "pinçar", na lista de cinco economistas citados por ele, os dois próximos à aliada do presidente do partido e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. No entanto, defendeu a liberdade para expressar opiniões, ainda que divergentes dos correligionários. "A Marina costuma dizer que não é militante do PSB e tem o direito de discordar de algumas posições nossas", disse.
Amaral lembra que, justamente por haver pontos de vista divergentes, optou-se por uma coligação, e não por uma fusão. "A coligação não se faz entre iguais, mas entre complementares", explicou. "Optamos por uma união jurídica, mas os dois partidos (PSB e Rede) continuam se respeitando como entidades próprias." O dirigente garante que não foi procurado por nenhum integrante da Rede ou do PSB para comentar o artigo, mas admite que é melhor ser mais comedido daqui para frente. "Creio que devemos realçar o que nos aproxima. Aquilo que nos afasta deve ser guardado em uma gaveta, trancado, e aberto apenas depois das eleições de 2014", opinou.
"Entusiastas"
Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), as críticas feitas por Amaral aos conselheiros econômicos de Marina são uma opinião pessoal dele e não expressam o conjunto do pensamento partidário. "Essa opinião isolada não significa que Amaral seja contra a aliança. Pelo contrário, ele tem sido um dos maiores entusiastas da parceria firmada entre Eduardo e Marina", ressaltou.
Rollemberg lembrou ainda que o PSB também tem conversado com alguns economistas próximos a Marina e que o partido — e o próprio Eduardo — sempre destacaram a importância da estabilidade econômica obtida ao longo dos oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso. Socialistas e marineiros têm reconhecido o salto dado pelo país ao longo dos últimos 20 anos, com a estabilidade econômica tucana e a inclusão social petista.
O senador não vê outras opiniões dissonantes no partido. PSB e Marina fizeram, na última segunda-feira, a primeira de uma série de reuniões formais para escrever o programa conjunto de governo que será apresentado ao longo da campanha presidencial de 2014.
Fonte: Correio Braziliense
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