Andrea Jubé
BRASÍLIA - Após iniciar as negociações da reforma ministerial pelo PMDB, e discutir as mudanças com PT e PSD, a presidente Dilma Rousseff deve se reunir, nos próximos dias, com o PTB. A sigla é cotada para assumir o Ministério do Turismo, com a saída de Gastão Vieira (PMDB), que vai tentar novo mandato de deputado federal. Em troca, o PTB vai declarar apoio à reeleição de Dilma, e garantir o tempo de televisão da sigla, cerca de um minuto, para a propaganda da petista.
Dirigentes do PTB foram avisados pelo gabinete presidencial de que podem ser chamados por Dilma a qualquer momento, e já estão em Brasília, à disposição da presidente. O mais cotado para assumir o ministério é o presidente interino da sigla, o ex-deputado Benito Gama. A aproximação do governo com o PTB começou no ano passado, quando Gama foi nomeado para uma vice-presidência do Banco do Brasil, em uma articulação conduzida pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que atua nos bastidores como coordenador da pré-campanha.
O PTB vai proporcionar, pelo menos, dois palanques fortes para Dilma. Um deles em Pernambuco, reduto do governador Eduardo Campos (PSB), que a petista vai enfrentar na disputa presidencial. O senador Armando Monteiro Neto (PTB) encabeça a chapa, enquanto o ex-prefeito de Recife João Paulo Lima e Silva (PT) ocupa a vaga ao Senado. O outro palanque é em Tocantins, onde o PTB lança o ex-senador Eduardo Siqueira Campos ao governo.
Em 2010, o PTB alinhou-se ao PSDB e apoiou o então candidato tucano à presidência, José Serra. Gama firmou-se no comando da sigla, diante da iminente prisão do presidente licenciado do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson. Delator do mensalão, ele foi condenado a uma pena de 7 anos e 14 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Jefferson pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para cumprir a pena em regime domiciliar, porque se recupera de um câncer. Mas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendou que ele seja recolhido a um presídio. Jefferson aguarda a palavra final do Supremo.
A se confirmar esse desenho da reforma, a cessão da pasta do Turismo para o PTB implicaria garantir ao PMDB outro ministério, que poderia ser a Integração Nacional. Mas a pasta, no momento, está sob a batuta do Pros, que Dilma também quer acomodar na Esplanada. A presidente ainda procura outra pasta para o PSD, que comanda a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.
Fonte: Valor Econômico
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