quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

PT de Osasco marca ato de desagravo para mensaleiro condenado

Deputado petista vai lançar na cidade, seu reduto eleitoral, revista na qual faz críticas ao julgamento do mensalão

Mateus Coutinho

Enquanto o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) aguarda a expedição do seu mandado de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, o diretório municipal do PT de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, marcou para hoje um ato de desagravo ao ex-presidente da Câmara.

De acordo com o presidente do diretório municipal, José Pedro, a iniciativa servirá para o parlamentar lançar na cidade, seu principal reduto eleitoral, a revista na qual critica o julgamento do mensalão. "Ele quer passar a versão dele para as bases da região, colocar a versão dos fatos como ela é", disse José Pedro.

O ato está previsto para ser realizado às 18 horas, na Associação Atlética Floresta, na região central da cidade. O diretório do PT de Osasco confirmou que João Paulo vai participar do evento.

Ainda segundo o diretório municipal, também foram convidados para o evento o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, o presidente do diretório estadual de São Paulo e ex-prefeito de Osasco, Emídio de Souza, além de deputados e vereadores petistas. Até o início da noite de ontem eles não haviam confirmado presença.

Condenado a uma pena total de 9 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro - pelo qual ele teve os embargos infringentes aceitos -, corrupção passiva e peculato, João Paulo lançou em dezembro uma revista na qual critica o julgamento do mensalão. Desde então, ele tem aproveitado eventos do partido e o plenário da Câmara para criticar o processo e, principalmente, o presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa.

Prisão. Por decisão do STF, as condenações por corrupção passiva e peculato foram consideradas transitadas em julgado e Barbosa determinou o início da execução penal para esses crimes. Mas o presidente do Supremo saiu de férias sem expedir o mandado de prisão de João Paulo.

Como a decisão sobre os mandados de prisão cabem ao relator do mensalão, o petista só deve ser preso após o ministro voltar do recesso, no início de fevereiro. João Paulo é o único dos detentores de mandato condenados no julgamento do mensalão que ainda está em liberdade.

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