Peemedebistas acham que deveriam ter mais importância em reforma ministerial
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA — Mesmo após a presidente Dilma Rousseff conversar com o vice Michel Temer e com o presidente do Senado, Renan Calheiros, na tarde desta quarta-feira para tentar minimizar o princípio de crise no PMDB, o presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp, deixou claro a insatisfação da legenda. Ao chegar ao jantar que reúne a cúpula do partido na noite desta quarta-feira, no Palácio do Jaburu, ele afirmou que o partido merece espaço maior na Esplanada:
— O que alguns líderes entendem é que dado o tamanho do PMDB e o número de ministérios, 39, caberia um espaço maior ao PMDB, mas nem por isso estamos colocando a faca no pescoço da presidente — afirmou.
O presidente do PMDB também disse que há a possibilidade de haver prévias do partido, em março ou abril, para antecipar as negociações de alianças estaduais. Na prática, as prévias, antes da convenção, que legalmente tem de ocorrer em junho, significa uma forma de pressionar o governo a ceder nas negociações com o partido. Nas prévias, no entanto, os descontentes podem votar contra a aliança formal pela reeleição de Dilma.
— A questão mais séria que vejo hoje são os estados. São os candidatos principalmente a governadores querendo que o PT apoie e que a presidente e o ex-presidente Lula os apoiem — explicou — Essas prévias seriam para acomodar as alianças estaduais, eu acho incessante. Acumular uma convenção nacional com as estaduais seria complicado. O que nos preocupa é que a questão dos estados contaminem a aliança nacional — disse Raupp.
Desde a conversa entre a presidente e o vice na segunda-feira, na qual Dilma afirmou que não daria um sexto ministério à legenda, a insatisfação tomou conta dos peemedebistas. Temer e a própria presidente Dilma agiram então para tentar minimizar a crise e a expectativa após a conversa de quarta-feira era de que houvesse ao menos a troca de uma das atuais pastas controladas pelo partido - Previdência, Aviação Civil, Agricultura, Minas e Energia e Turismo - por outra de maior importância, como Integração Nacional ou Cidades.
Além de Temer e Raupp, estão presentes os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves; os líderes do partido nas duas Casas do Congresso Eunício Oliveira (MG) e Eduardo Cunha (RJ) e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM). Também participa da reunião o senador Vital do Rêgo (PB), indicado pela legenda para assumir um novo ministério. Ainda estão no encontro quatro ministros do partido: Moreira Franco (Aviação Civil), Edison Lobão (Minas e Energia), Garibaldi Alves (Previdência Social) e Gastão Vieira (Turismo).
Fonte: O Globo
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