Bruno Peres
BELO HORIZONTE - A presidente Dilma Rousseff inicia hoje, em sua primeira aparição pública de 2014, uma pré-campanha ofensiva por Minas Gerais, reduto eleitoral de seu principal adversário na sucessão presidencial de outubro, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Dilma vai a Belo Horizonte acompanhada do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, nome do PT para concorrer ao governo local.
Apesar do tom de campanha eleitoral da cerimônia - os projetos a serem anunciados já estão em andamento - Dilma não terá encontros políticos, retornando a Brasília logo em seguida para reunião formal com Pimentel. Preparada e confirmada em menos de três dias, a cerimônia anunciará recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras de mobilidade urbana. Originalmente, a viagem ocorreria em dezembro.
O governo federal, por meio da Caixa Econômica Federal, assinará três contratos com a prefeitura de Belo Horizonte, todos voltados para obras de mobilidade urbana, inclusive construção de encostas, drenagem e pavimentação, por meio do PAC. O total de recursos federais a ser divulgado hoje não foi informado oficialmente, pois Dilma pode improvisar novos anúncios em sua passagem pelo Estado, mas os três contratos ultrapassam o montante de R$ 300 milhões para a região metropolitana de Belo Horizonte, segundo apurou o Valor.
A intenção das lideranças políticas aliadas no Estado é que a presidente venha ao menos uma vez por mês a Minas Gerais para apresentar "resultados" do governo federal em diversas áreas, principalmente aquelas em que Dilma concentrará suas bandeiras durante a campanha eleitoral, como educação, saúde, habitação e mobilidade urbana.
Os articuladores políticos da presidente na região, porém, negam viés eleitoreiro nas ações de Dilma por Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. Segundo o deputado federal Odair Cunha (PT-MG), que preside o PT no Estado, a viagem da presidente é "meramente institucional", tendo ficado sob a responsabilidade das lideranças petistas locais as articulações políticas em curso, por exemplo, para composição de chapas.
"É normal que ao final de um período de governo, a presidente tenha o que entregar para a população. Isso justifica a presença dela mais assídua aqui em Minas", disse o petista. "Nossa expectativa é que ela venha sempre a Minas. Quem governa tem o que apresentar. Quanto mais ela puder vir, melhor para nós", completou. De acordo com ele, "todas as pontes e conversas" com partidos políticos estão "abertas", em busca de uma aliança que viabilize a vitória de Dilma e Pimentel em Minas Gerais, embora ainda não haja um cenário totalmente concreto entre as legendas aliadas. É o caso do PSD, apoiador de Dilma no âmbito federal, que está dividido quanto à candidatura em Minas Gerais ao governo.
O PT, por sua vez, aposta no baixo nível de rejeição de Pimentel entre o eleitorado local e em uma candidatura do PSDB "sem nenhuma conexão com o cidadão mineiro". "Adversário não se escolhe, mas nós entendemos que há um esgotamento do ciclo dos tucanos aqui no Estado, com um nível de paralisia de políticas públicas gigantesco", disse Odair Cunha. O partido tucano indicou o ex-ministro Pimenta da Veiga para concorrer ao governo estadual.
A expectativa é que já em fevereiro a presidente retorne ao Estado para entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, em Montes Claros.
Fonte: Valor Econômico
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