quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PSDB critica escolha de Mercadante para a Casa Civil

Artigo sem assinatura afirma que mudança ressalta a falta de critérios de mérito e que objetivo é turbinar a reeleição de Dilma

Júnia Gama

BRASÍLIA - Tucanos criticaram nesta terça-feira a decisão da presidente Dilma Rousseff de colocar o atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para chefiar a Casa Civil. Em artigo sem assinatura, replicado por integrantes do partido, publicado como “análise do Instituto Teotônio Vilela”, o PSDB chama o ministro de “professor Mercadante” e cita seu suposto envolvimento na produção dos dossiês contra tucanos em 2006 como “atributos ímpares” para ajudar Dilma na disputa pela reeleição presidencial.

“O novo todo-poderoso ministro de Dilma tem atributos ímpares para exibir e que podem ser valiosos numa campanha eleitoral como a que se aproxima. Nunca se deve esquecer que foram assessores de Aloizio Mercadante que se envolveram na aloprada tentativa de incriminar tucanos com dossiês forjados em 2006, que terminou fracassada com a apreensão, pela Polícia Federal, de R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo. Trata-se de expertise preciosa dentro do modo petista de fazer política”, diz trecho do artigo.

O texto diz ainda que a primeira mudança nas cadeiras ministeriais ressaltaria “a falta de critérios de mérito para o preenchimento das vagas” e que tudo estaria sendo feito com o objetivo de turbinar a reeleição de Dilma, sob tutela do ex-presidente Lula. Na avaliação do autor do artigo, Mercadante não teria realizações a exibir que justificassem sua escolha para a Casa Civil.

“Aloizio Mercadante foi escalado para ser ministro da Casa Civil sem que tivesse mostrado a que veio na pasta da Educação. A ausência de realizações, porém, não significa empecilho para ser um notável no governo atual. É, antes, o padrão vigente na Esplanada.”

Em seguida, o texto lista dados recentes relativos ao desempenho do Ministério da Educação, citando a má colocação do Brasil em rankings internacionais na área. Diz que Mercadante dedicou-se “muito pouco” à aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), votado no fim do ano passado no Congresso, e que sua atuação foi para “desidratar algumas metas e para alongar prazos para o cumprimento do plano”.

“Mercadante também foi o responsável por anunciar que a taxa de analfabetismo voltou a subir no país, conforme revelado pela PNAD no ano passado. Ainda na gestão dele, o Brasil continuou a figurar entre os piores colocados no Pisa, ranking de educação elaborado pela OCDE: estamos em 58° lugar numa lista formada por 65 países, atrás de nações como Cazaquistão, Vietnã, Malásia e Costa Rica…”

“O futuro ministro da Casa Civil considera que sua atuação na criação de creches foi digna de nota. Longe disso. A despeito de sequer chegar a um entendimento sobre quantas unidades prometeram ao país, Dilma e seu ministro da Educação só haviam entregado, até outubro do ano passado, perto de 1,2 mil creches de um total de 8.685 prometidas”, continua o texto.

Fonte: O Globo

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