quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

Dois pesos
Em tempo de reforma ministerial e palanques estaduais, o que mais incomoda é a diferença de tratamento e de critérios na hora de o governo conversar com os aliados. No Ceará, por exemplo, o governador Cid Gomes (Pros) é apresentado como o coordenador da própria sucessão, e caberá ao PT seguir o que for definido, desde que fique com alguma vaga na chapa majoritária, em especial, o Senado.
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No Rio de Janeiro, o governador, Sérgio Cabral, não tem a mesma sorte. Lá, os petistas continuam com um candidato, e há quem diga não haver força humana capaz de levar os petistas a recuarem nesse projeto. Em tempo: Cid é um governador que atravessou diversas denúncias, assim como Cabral. A diferença é que, para os petistas, o Ceará não é considerado tão estratégico quanto o Rio. Isso porque o pequeno Pros, que abriga Cid hoje, demorará dezenas de anos para ter o tamanho do PMDB, no qual está Cabral. Para os políticos, está cada vez mais claro que o jogo do PT é atirar onde o PMDB é forte.
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Para completar, os ministério que Dilma resolveu logo foram os do PT, que saem de petistas para petistas. Quanto aos aliados, ela não parece disposta a dar o mesmo tratamento, em especial, nas pastas de Turismo, Cidades e Agricultura, nas quais o futuro é incerto.

Sem vetos, mas…
Os deputados respiraram aliviados ao serem informados de que a presidente Dilma Rousseff sancionou o Orçamento de 2014 sem vetos. Porém, nenhum deles ficou totalmente relaxado. Isso porque a próxima etapa, a do tal “contingenciamento”, é a que vale. Ali é que eles saberão o que será suspenso e o que sairá de fato.

…Dinheiro zero
Embora o Orçamento seja impositivo, a possibilidade de o governo represar os recursos existe, e é a presidente quem decide quando esses recursos vão pingar nos municípios. A perspectiva da equipe econômica é liberar a maioria das emendas apenas depois das eleições. Essa é a grande briga do ano entre Dilma e o grosso da base aliada.

Dilma comemora
O bom humor da presidente Dilma Rousseff está diretamente relacionado aos dados do varejo e à redução da inadimplência. Ela está cada vez mais convicta de que a economia não está tão ruim quanto pretendem fazer crer os adversários. Mas, pelo sim, pelo não, mantém-se em alerta em relação aos números que chegam sobre sua mesa.

Troca da guarda
Sai Renan Calheiros (AL) e entra Ricardo Ferraço (ES) na cesta de senadores peemedebistas candidatos a governador. Ferraço, presidente da Comissão de Relações Exteriores, vai concorrer ao governo do Espírito Santo contra o atual comandante do estado, Renato Casagrande, do PSB, candidato à reeleição.

A viagem da paz/ Dilma antecipou o embarque para a Suíça em um dia. A primeira parada será Zurique, para um afago a Joseph Blatter, o comandante da Fifa. Depois, segue para tentar apaziguar os agentes econômicos internacionais em relação ao Brasil. Problema ela terá é aqui, na volta desse périplo da pacificação.

Primeiros passos I/ O futuro ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se reuniu ontem com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Cuidaram das pendências entre a base aliada e o governo. Sinal de que Mercadante vai dar mais pitaco nessa seara do que a quase antecessora, Gleisi Hoffmann.

Primeiros passos II/ Arthur Chioro, que assumirá a pasta da Saúde, mergulhou no Mais Médicos. Sua função é não deixar o programa perder fôlego no ano eleitoral.

Alegria só/ Muitos dentro do próprio PT olham Mercadante meio de lado e ficaram com um pé atrás por causa da confirmação do nome dele como ministro da Casa Civil. Mas o deputado distrital Chico Vigilante comemorou dobrado. “Mercadante foi meu assessor na CUT quando jovem. É inteligente e brilhante. E, sabe como é, gente assim atrai muita inveja”, diz ele.

Momento da fé/ A presidente Dilma Rousseff receberá hoje dom Orani Tempesta, o novo cardeal do Brasil. Sabe como é, depois da campanha de 2010, a presidente sempre que pode pede uma bênção e agradece outra.

Fonte: Correio Braziliense

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