PSB e Rede divulgam na próxima semana as diretrizes do programa para a disputa da eleição em outubro
Aline Moura
O governador Eduardo Campos (PSB) dará mais um passo, nesta próxima terça-feira, para se consolidar como presidenciável. Ele e a ex-senadora Marina Silva lançam, às 10h, em Brasília, as diretrizes do programa de governo para nortear os discursos do PSB/Rede na disputa eleitoral. A divulgação da plataforma política antes da oficialização do nome do candidato será uma novidade criada a partir da aliança entre Eduardo e Marina. O caminho natural era sempre o inverso, mas o PSB e a Rede serão os primeiros a apresentar o que querem para o futuro. O destaque será dado à educação e ao desenvolvimento sustentável.
Embora Marina Silva tenha dito a alguns jornalistas que aceita ser candidata a vice de Eduardo, ela não deve oficializar a decisão nesta terça-feira, segundo avaliação de seus companheiros. Há muito em jogo para ser discutido nos estados, Marina quer que o PSB rompa alianças com o PSDB em locais estratégicos, como São Paulo, e uma eventual antecipação de sua candidatura a vice lhe tiraria força política. Até o dia 10 de março, prazo estipulado pelo governador, as lideranças nos estados têm de debater alianças, redirecionar rumos e ver onde pode ou não haver consenso. Os casos mais difíceis serão arbitrados pela executiva nacional do PSB a partir do dia 25.
O evento programático, como chamam Eduardo e Marina, será transmitido ao vivo pela TV João Mangabeira e pelos sites do PSB nacional e da Rede Sustentabilidade. O discurso em cena deve ser novamente num tom crítico à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), a qual Eduardo vê como um retrocesso, um modelo que “já deu o que tinha de dar”. O de Marina Silva seguirá o mesmo ritmo.
Segundo o deputado federal Walter Feldman (SP), visto como um dos principais escudeiros de Marina, o documento vai trazer o compromisso do PSB e da Rede, por exemplo, de investir 10% do Produto Interno Bruto em educação. Também será mais claro em relação ao que as legendas pensam sobre o desenvolvimento sustentável. Feldman falou com o Diario por telefone, após passar três dias em Pernambuco.
“Vamos sair do campo do discurso. A questão central será a educação e o desenvolvimento sustentável. Eu vou citar um exemplo: o agronegócio tem uma produção gigante, mas aberta à devastação. Mas é possível ocupar um espaço na agricultura com mais qualidade, sem devastação.
No tocante à educação, reconhecemos que houve avanço quantitativo, mas não tem qualidade para o Brasil dar um salto. Pretendemos investir 10% do PIB na educação”, observou, citando alguns pontos do que será divulgado.
Fonte: Diário de Pernambuco
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