Grupo busca discurso ideal, tendo em vista que muitos dos seus governadores receberão jogos, colocaram recursos públicos na construção de estádios e terão de lidar com manifestações
Débora Bergamasco
A realização da Copa do Mundo no Brasil acabou se tornando motivo de preocupação para boa parte dos governantes do País. A oposição ainda articula o discurso ideal, tendo em vista que muitos dos seus governadores receberão jogos, colocaram recursos públicos na construção de estádios e terão de lidar com o risco de violência em manifestações.
Das 12 capitais que serão sede da Copa, cinco estão localizadas em Estados governados pela oposição: São Paulo, Minas Gerais, e Paraná, pelo PSDB; Rio Grande do Norte, pelo DEM; e Pernambuco, pelo PSB.
Em Minas Gerais, governado por Antonio Anastasia (PSDB) e reduto eleitoral do presidenciável Aécio Neves (PSDB), o Mineirão recebeu R$ 295 milhões de recursos estaduais e R$ 400 milhões de financiamento federal.
O governador e também presidenciável Eduardo Campos (PSB) colocou R$ 132,6 milhões na Arena Pernambuco, que se somaram aos R$ 400 milhões do financiamento federal.
Além dos gastos públicos questionados nos protestos de rua, há obras de mobilidade urbana – boa parte delas com recursos estaduais – atrasadas em praticamente todas as cidades-sede.
Outro problema para os governadores oposicionistas é que as polícias militares que eventualmente terão de reprimir manifestantes na Copa são subordinadas a eles. Na hipótese de o Brasil vencer o torneio, a oposição terá dificuldade em elaborar um discurso crítico que seja absorvido pela população.
‘Sagrado’. Em razão disso, a saída, por ora, analisada pela oposição é jamais questionar a escolha do Brasil para sediar o campeonato mundial do esporte mais popular do País.
De acordo com líderes ouvidos pelo Estado, o assunto futebol é visto como "sagrado". Nas palavras dos oposicionistas, o governo federal será atacado nos quesitos "falta de planejamento" e "incapacidade de gestão". A intenção é mostrar que o Brasil não está conseguindo aproveitar a oportunidade de sediar a Copa para dar um salto na infraestrutura, desenvolvimento e legado social.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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