'Rede não nasceu para ser subserviente aos projetos políticos tradicionais', diz Ricardo Young
Isadora Peron
SÃO PAULO - Aliado político da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o vereador paulistano Ricardo Young (PPS) lançou, durante um jantar com integrantes da Rede Sustentabilidade, seu nome ao governo de São Paulo. "A Rede não nasceu para ser subserviente aos projetos políticos tradicionais. Nós não nascemos para passar em branco nessas eleições. Então eu queria dizer para vocês que vou me colocar à disposição da candidatura para governo do Estado", discursou na quinta-feira, 30, sob aplausos dos marineiros.
Young iria para a Rede, mas, como Marina não conseguiu reunir assinaturas suficientes para registrar o partido no ano passado, resolveu permanecer no PPS. Boa parte daqueles que tentaram fundar o partido acabou migrando para o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato Palácio do Planalto.
Para ser vice na chapa presidencial, Marina colocou como condição a Campos abandonar o projeto de apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) e lançar candidato próprio em São Paulo. O empecilho é que a máquina do partido é controlada pelo deputado Márcio França, que tem reivindicado para si o posto de candidato. Integrantes da Rede temem que uma candidatura de França, que foi secretário de Alckmin e mantém uma relação de proximidade com o tucano, seja apenas de "fachada" e não represente o movimento da nova política defendido por Marina.
"Eu acho que a política também se faz com coragem e insubordinação. Nós estamos muito comportados. Nós não criamos a Rede para sermos comportados, nós criamos para fazer avançar a política, para puxar o PSB e o PPS para o nosso campo. Se a Rede considerar que o meu nome pode contribuir para o tensionamento dessa situação, contem comigo", afirmou Young.
A ideia inicial de Marina era lançar a deputada Luiza Erundina (PSB) ao governo. Ela, no entanto, recusou a oferta e complicou a negociação. Assim como o nome de França não é bem visto pelo grupo da ex-ministra, o PSB também não mostra disposição em aceitar um quadro ligado à Rede, como o deputado Walter Feldman.
Desponta como uma opção mais neutra o nome do advogado Pedro Dallari, filiado ao PSB. Para concorrer, no entanto, ele teria de deixar o posto de coordenador da Comissão Nacional da Verdade.
A chance de Young conseguir sair candidato, pelo menos no momento, é baixa. O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, afirmou que o projeto do partido é permanecer aliado aos tucanos paulistas e apoiar a reeleição de Alckmin.
Minas. Não é apenas em São Paulo que a montagem das alianças regionais está indefinida. Na semana passada, a Rede de Minas emitiu uma nota defendendo o rompimento com o PSDB. No dia seguinte, o comunicado foi desautorizado pela Executiva nacional da sigla, que afirmou que a situação ainda estava em discussão.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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