Líder da oposição, tucano adota tom ameno durante cobrança, sem críticas ou acusações
Silvia Amorim – O Globo
SÃO PAULO - Presidente nacional do PSDB e pré-candidato à Presidência da República, o senador Aécio Neves defendeu nesta sexta-feira que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha dê esclarecimentos sobre a denúncia de ligação dele com a empresa Labogen, do doleiro preso Alberto Youssef. Embora líder da oposição, o tom adotado por Aécio foi ameno, sem críticas ou acusações.
- Todas as denúncias têm que ser esclarecidas. Interessa principalmente ao ex-ministro prestar esclarecimentos. Não faço nenhum pré-julgamento. Eu vi pelos jornais as notícias. Acho que ele dever ser o primeiro interessado em esclarecer qual o envolvimento dele nessa questão. O que estamos percebendo é que há um emaranhado de situações que, de alguma forma, comprometem o governo - afirmou o senador, que estava nesta tarde na capital paulista para a gravação de uma entrevista a uma emissora de TV.
Aécio adiantou que na próxima semana a oposição vai redobrar a pressão sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros, para que a CPI da Petrobras seja instalada e comece a funcionar o mais rápido possível.
- Na terça-feira estaremos cobrando para que ele oficie os líderes dos partidos para que indiquem seus membros e, se houver um adiamento por parte dos líderes, nós cobraremos que faça ele próprio as indicações, porque é isso que o regimento determina.
Em relação à disputa presidencial, o senador embarcou para o Rio de Janeiro nesta tarde, onde será recebido por lideranças do PSD no estado para um jantar de apoio político a ele. O PSD faz parte da base de apoio da presidente Dilma Rousseff e, formalmente, estará na aliança do PT na disputa nacional. Mas, a exemplo do que ocorreu com o PMDB, o PSD é o mais novo foco no radar de Aécio para a construção das alianças regionais para o PSDB. No próximo domingo, ele estará presente num jantar organizado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, na capital paulista.
Além do Rio, Aécio espera ter o apoio do PSD no Paraná e em Goiás.
- Agora está chegando o momento final das alianças. As realidades locais têm vida própria e não se submetem à decisão de uma liderança nacional por mais legítima que ela seja. Não se surpreendam ao verem grande parte dos partidos da base de apoio à presidente da República aliada à oposição em vários estados. Não é só o PSD, vamos ter PMDB, PP e PR. A presidente da República talvez leve o tempo de televisão de vários desses partidos, mas não levará mais a militância e o apoio das bases.
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