Julia Duailibi – O Estado de S. Paulo
O executivo Marcus Cezar Ferreira de Moura, que, segundo a Polícia Federal, teria sido indicado pelo ex-ministro e pré-candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, para trabalhar em laboratório controlado pelo doleiro Alberto Youssef, foi funcionário da Geap, uma fundação de direito privado que vende planos de saúde para servidores da União e que tem indicados do Ministério da Saúde em seus quadros.
Logo que deixou o Ministério da Saúde, onde trabalhava com Padilha como coordenador de eventos, em agosto de 2011, Moura foi para a Geap, onde ficou até outubro de 2013, quando foi demitido por não ter o perfil técnico para o cargo, segundo a entidade. No mês seguinte, o deputado André Vargas (PT-PR) o indicou para o cargo no laboratório controlado por Youssef, ao citar, em mensagem interceptada pela PF, que a sugestão era de Padilha.
Durante sua gestão no Ministério da Saúde, que tem a maioria dos servidores atendida pelos planos de saúde da Geap, Padilha indicou funcionários para o conselho deliberativo. Na Geap, Moura foi assessor executivo parlamentar e assessor de desenvolvimento de produtos e clientes.
No ano passado, a Geap sofreu intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar após críticas de má gestão e resultados financeiros negativos. Meses depois, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto que privilegiava a entidade ao permitir que ela não participasse de licitações para vender os planos de saúde. O Supremo Tribunal Federal derrubou a decisão.
Nos últimos dez anos, o governo já repassou à entidade cerca de 1,9 bilhão para planos de saúde de cerca de 600 mil servidores.
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