RIO DE JANEIRO (RJ) – Na capital carioca para participar de um encontro com integrantes do diretório estadual do Partido Social Democrático (PSD) do Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira (25), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que a oposição cumpriu o seu papel ao exigir uma investigação detalhada acerca das últimas denúncias envolvendo uma das maiores empresas do país, a Petrobras.
“A oposição fez o que deveria ter feito. As denúncias em relação à Petrobras não foram denúncias da oposição. Nós não acordamos e inventamos uma CPI para desgastar o governo. Nós cumprimos o nosso papel. Uma das responsabilidades fundamentais do parlamento, em qualquer nível, é fiscalizar as ações do poder Executivo. A CPI da Petrobras se impõe não como uma demanda da oposição, mas como uma demanda da sociedade brasileira”, disse.
Para o senador, a decisão tomada pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, na última quarta-feira (23), em favor da realização da CPI da Petrobras, “garantiu o respeito à Constituição”.
“O que me surpreende a cada dia é o temor do governo em relação a essas investigações. Quem não deve, não teme. O governo tem dificuldades enormes de se acertar”, apontou. “O que a gente vê é um governo à beira de um ataque de nervos, que não encontra um discurso organizado. Esse desencontro do governo está aumentando o desgaste. A própria base de sustentação não sabe o que dizer”, salientou.
Alianças
Em entrevista coletiva, ao lado do presidente do PSD-RJ, Indio da Costa, e do presidente do PSDB no estado, deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha, Aécio manifestou-se também sobre o apoio recebido do PSD no Rio de Janeiro.
“O que percebo, não no Rio de Janeiro apenas, mas em vários outros lugares, é que há uma realidade local que muitas vezes se impõe sobre a realidade nacional. Temos aí partidos de apoio à atual presidente da República que estão, em praticamente todos os estados brasileiros, apoiando outras candidaturas. É algo absolutamente natural”, apontou.
Problemas
O presidente nacional do PSDB criticou ainda o “emaranhado de problemas” que permeia a administração petista.
“Tudo isso, a meu ver, é consequência daquilo que eu condeno há muito tempo: o absurdo e ilimitado aparelhamento da máquina pública em todas as áreas. A destruição das nossas agências reguladoras – que viraram balcões de negócio, a ocupação de espaços nas nossas principais estatais por pessoas que não tinham compromisso com a eficiência delas, isso tudo gera uma teia de problemas que vão se somando”, reiterou.
“O conjunto da obra deixa as pessoas indignadas com o que estão vendo no Brasil. Esse é o sentimento crescente: indignação com o pouco cuidado, apreço e respeito ao dinheiro público. Esse governismo de cooptação, muito mais do que de coalização que tomou conta do país hoje, é uma das principais razões para as denúncias sucessivas de desvios e irregularidades que nós assistimos no Brasil”, completou.
Sobre o apoio do PSD-RJ e em outros estados.
O que percebo, e não é no Rio de Janeiro apenas, mas em vários outros lugares, é que há uma realidade local que muitas vezes se impõe sobre a realidade nacional. Temos aí partidos de apoio à atual presidente da República que estão, em praticamente todos os estados brasileiros, apoiando outras candidaturas. Então é algo absolutamente natural. O que acontece aqui, no momento dessa manifestação do PSD, que recebo como uma das mais importantes manifestações nessa caminhada eleitoral, aconteceu recentemente em Minas Gerais, o meu estado. O PSD manifestou apoio à nossa candidatura. Está acontecendo no Paraná, onde o PSD está aliado à candidatura de Beto Richa. Acontece em Goiás, onde há um alinhamento também à candidatura de Marconi. E em vários outros estados.
Temos que respeitar essas realidades locais, e, para mim, pessoalmente, pelas relações pessoais que tenho com vários membros do partido, em especial com Índio e com Arolde, ela é muito importante. Porque eu dou à eleição do Rio de Janeiro uma importância estratégica enorme.
Hoje é um ato extremamente importante, que se soma a uma outra manifestação que aconteceu recentemente, de uma parcela importante do PMDB, e possivelmente outras acontecerão. Essa consolida de forma muito clara a nossa posição com a candidatura competitiva no Rio de Janeiro. A solidez das bases do PSD, somada à do PMDB, eventualmente do PP, do Solidariedade, além da nossa aliança história aqui no Rio com o Democratas, com o PPS, me permite pelo menos ter uma expectativa muito positiva quanto ao resultado das eleições.
Sobre possibilidade de candidatura própria do PSDB no Rio de Janeiro.
Essa discussão está aberta ainda. Estamos conversando com esse grupo de partidos que são nossos aliados históricos e estamos conversando, também, com esse partidos que se somam a nós. Não temos pressa para essa decisão. O prazo é o prazo das convenções partidárias. O fato concreto que temos aqui hoje é a manifestação de um dos maiores partidos do estado do Rio de Janeiro, o PSD.
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