quarta-feira, 30 de abril de 2014

Brasília-DF: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Um pé em cada canoa
A pesquisa CNT/MDA, que detectou a queda das intenções de voto em favor da presidente Dilma Rousseff — e colocou o senador Aécio Neves (PSDB) acima dos 20% e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) acima dos 10% —, serviu de combustível para o afastamento dos aliados do governo. Não existe hoje uma só legenda que obrigue seus filiados a seguir com o PT nos estados. Embora nenhum dos partidos governistas seja tão explícito quanto o PR, que lançou oficialmente o “Volta, Lula”, PMDB, PSD e PP liberaram a turma para fazer a composição que for mais atraente. Assim, terão sempre um pezinho em outros barcos, que podem auxiliar numa operação de salvamento mais à frente, se os ventos continuarem desfavoráveis à petista.
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A pesquisa neste momento mexe com a política, um terreno em que o tucano voa solto, assim como a pomba, símbolo do PSB. Nessa seara, Aécio está com a vantagem para receber os dissidentes porque a pomba do PSB está amarrada aos verdes de Marina Silva, o que impede voos mais altos no sentido de atrair partidos mais ao centro do espectro político. Até aqui, entretanto, ninguém jogará todas as fichas nesse ou naquele candidato. A ordem é se dividir para no futuro governar, com risco de isolamento pesando sobre os ombros do PT.

Presença de Serra
O fato de José Serra ter comparecido ao jantar em homenagem a Aécio Neves na casa de Gilberto Kassab tem mais simbolismo do que a simples participação de um convescote político na residência de um amigo. Há quem jure ter visto no gesto um sinal de que Serra pode até aceitar ser vice de Aécio logo ali, embora hoje tudo indique que o nome da vez é o do senador Aloysio Nunes Ferreira.

Quem avisa amigo é
Os técnicos da Comissão Mista de Orçamento Luiz Fernando Perezino e Ricardo Volpe foram diretos ao explicar aos parlamentares que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) definiu como prioridade apenas o Brasil sem Miséria e o Programa de Aceleração do Crescimento, sem um anexo com um conjunto de metas e prioridades. “A ausência não impede que o Congresso Nacional estabeleça esse conjunto. Aliás, essa tem sido a praxe dos últimos três exercícios, mas o anexo acaba vetado.”

Melou
Ontem à noite, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado Coelho, conversou com vários parlamentares para tentar incluir os profissionais liberais no Simples. Estava tudo acordado, mas, de repente, vupt! O governo voltou atrás e disse que a culpa de não se ter o acordo era dos governadores. Ninguém acreditou.

Gato escaldado
Depois de ver José Dirceu, João Paulo Cunha e outros colegas na prisão, o deputado André Vargas preferiu não renunciar para evitar o risco. Afinal, de cabeça de juiz, nunca se sabe o que vem. Vai que algum resolve mandar prender o deputado por qualquer motivo, ainda que ele não esteja como denunciado na Operação Lava-Jato. Tudo o que Vargas deseja hoje, juram seus amigos, é terminar este mandato.

CURTIDAS

Calma, Graça, calma!/ A presidente da Petrobras, Graça Foster (foto), foi avisada de que o clima na Câmara costuma ser mais quente do que no Senado. Foi alertada para ficar bem “zen”, em especial quando for interrogada hoje, na Comissão de Fiscalização e Controle pelos deputados Fernando Francischini (SDD-PR), Mendonça Filho (DEM-PE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A aposta é o feriado/ A esperança do governo é que o feriado de amanhã retire os deputados da audiência da comissão e Graça tenha um refresco e, de quebra, ainda ajude o governo a se armar para a CPI do Senado que sai na semana que vem, embora a oposição aposte na CPI Mista.

Santo André / Os aliados do governador do Paraná, Beto Richa, riem à toa quando se referem ao petista André Vargas. Ironicamente, dizem que André merecia ser canonizado por ajudar a multiplicar o favoritismo do PSDB no estado.

E o Lula, hein.../ Na sexta-feira, ele fará um novo gesto em São Paulo para dizer que a candidata é Dilma. Depois, voa para fora do Brasil. Se o circo pegar fogo, volta para reabri-lo como quem não sabia de nada e estava longe de tudo.

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