• Pré-candidato do PSB ao Planalto voltou a cogitar o apoio à reeleição de governador do PSDB
• Negociações haviam esfriado devido à resistência de Marina Silva, vice de Campos, em apoiar o tucano
Marina Dias – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Ainda sem uma opção concreta de candidato próprio ao governo de São Paulo, o PSB retomou nos últimos dias as negociações sobre eventual apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo a Folha apurou, interlocutores de Alckmin têm conversado frequentemente com aliados do pré-candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos, e oferecido espaço na chapa do tucano em São Paulo para o presidente estadual do PSB, deputado Márcio França.
Além das conversas conduzidas por seus principais intermediários, Alckmin e Campos se reuniram pessoalmente neste fim de semana, na capital paulista, segundo um interlocutor do ex-governador de Pernambuco e um aliado do governador tucano.
O presidenciável, porém, negou publicamente nesta segunda-feira (26), durante entrevista ao programa "Roda Viva", na TV Cultura, que tenha se encontrado com Alckmin nos últimos dias.
As negociações entre o governador tucano e o PSB haviam esfriado nos últimos meses porque a ala do partido ligada à ex-senadora Marina Silva, vice na chapa socialista, é refratária à ideia e defende uma candidatura própria do partido ao governo de São Paulo.
O grupo da ex-senadora aprovou em convenção os nomes de João Paulo Capobianco e Célio Turino como alternativas para a candidatura própria no Estado. Mas os marineiros" aguardam avaliação do comando do PSB sobre o assunto.
O PSB tem interesse na aliança com o tucano porque ela garantiria tempo de televisão no horário eleitoral gratuito para tentar alavancar a candidatura de Campos no maior colégio eleitoral do país, onde ele apresenta dificuldades para crescer.
Apesar dos esforços do diretório estadual do PSB e da vontade do governador em atrair mais uma sigla para seu arco de alianças, Campos não está convencido de que fechar com o PSDB é a melhor solução para ele em São Paulo.
O pernambucano teme que uma possível aliança com os tucanos, há quase vinte anos no poder no Estado, seja contraditória com o discurso de renovação da política que ele e Marina adotaram.
Com as conversas retomadas, a cúpula da campanha do PSB começa a esboçar uma justificativa que soe plausível e justifique eleitoralmente a aproximação.
Kassab e o PSD
Alckmin tem negociado também o apoio do PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, que pleiteia a vaga de vice do atual governador. Ambos trocaram elogios e declarações públicas na semana passada sobre a viabilidade do acordo.
O tucano procura então um jeito de acomodar tanto PSD como PSB em sua chapa majoritária. Uma das possibilidades seria Kassab ficar com a vice, como deseja, enquanto Márcio França teria a vaga ao Senado.
Na conversa entre Campos e Alckmin, o tucano teria dito que a aproximação com o PSD só aconteceu por que o PSB se afastou das negociações.
(Colaborou Daniela Lima)
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