• Principais destaques da semana na área econômica
20-24 de Maio de 2014
1 – Diretores do Banco Central Americano sinalizam início do ciclo de elevação da taxa de juros nos Estados Unidos.
O Presidente do Federal Reserva de Nova Iorque, Willian Dudley, e o Presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Charles Plosser, deram indicações de que pode estar próximo o ciclo de elevação da taxa de juros básica nos Estados Unidos, atualmente em 0.25% a.a. Dudley afirmou que a alta dos juros deve acontecer algum tempo depois do fim do programa de compra de títulos. Plosser, por sua vez, afirmou que caso a inflação caminhe para 2% a.a e o mercado de trabalho melhore nos Estados Unidos, “nós devemos nos preparar para ajustar a política monetária de maneira apropriada”. “Isso pode exigir que elevemos as taxas de juros mais cedo”.
Análise: A expectativa de início, mais cedo do que o pensado anteriormente, do ajuste da política monetária americana poderá ter repercussões fortes nos países emergentes, como o Brasil. De fato, a simples expectativa de elevação dos juros básicos pelo Federal Reserve irá se refletir num aumento da taxa de juros dos títulos de longo-prazo do governo americano, tornando assim menos atrativas as aplicações em renda-fixa no Brasil por parte de investidores estrangeiros. O resultado será uma pressão para a desvalorização do Real frente ao Dólar, o que contribuiria para aumentar as pressões inflacionárias existentes na economia brasileira, num momento em que a inflação já se encontra em patamares bastante desconfortáveis do ponto de vista de reeleição da Presidente Dilma Rouseff.
2 – Serviços voltados para empresas apresentam redução da receita real em março de 2014
Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a receita nominal do setor de serviços subiu 6,8% em março, ritmo bem inferior ao de janeiro (9,8%) e de fevereiro (10,1%), sempre na comparação dos o mesmo período do ano passado. Assim, nos dois primeiros meses do ano, a receita ainda ganhava da inflação do setor medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que em março chegou a 9,09% no acumulado em 12 meses.
Análise: A desaceleração do crescimento da receita do setor de serviços, a qual teve crescimento negativo em março de 2014 em termos reais, mostra de forma inequívoca que a economia brasileira vem perdendo fôlego. Após o mau resultado da produção industrial e das vendas do varejo, chegou a vez do setor de serviços mostrar também um desempenho ruim. Dado o peso do setor de serviços na economia brasileira (aproximadamente 66% do PIB), um desempenho ruim do setor de serviços tende a resultar num desempenho ruim da economia como um todo. Dessa forma, fica cada vez mais provável o cenário no qual a economia brasileira vai crescer menos do que 2% no ano de 2014.
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