• Cesar Maia responde à crítica de Eduardo Paes, que classificou a aliança com o DEM de ‘bacanal’: ‘É natural. Ele saiu do meu útero’
Cássio Bruno – O Globo
RIO — Candidato do PMDB ao governo do Rio, o governador Luiz Fernando Pezão admitiu pela primeira vez nesta segunda-feira que abrirá seu palanque no estado para o senador Aécio Neves, que concorrerá à Presidência da República pelo PSDB. Até então, Pezão sustentava que iria pedir votos exclusivamente para a reeleição da presidente Dilma Rousseff, do PT. O peemedebista oficializou a chapa para as eleições majoritárias do estado com o apoio de DEM, PPS e PSDB. Ele apresentou ainda o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) como indicado a disputar a vaga no Senado em sua chapa nas eleições de outubro. O ato fortalece o movimento “Aezão”, criado por peemedebistas fluminenses para pedir votos a Aécio e Pezão.
— Não fomos nós que rompemos a aliança. O PT participou do governo durante sete anos e três meses. Antes, tinha duas prefeituras. Agora, tem onze. Tem o vice-prefeito da cidade do Rio. Tem um senador eleito na nossa aliança (Lindbergh), e rompeu essa aliança depois de sete anos e três meses e abriu essa possibilidade ter outros palanques em nossa coligação — afirmou Pezão para, em seguida, reforçar:
— Tenho o maior carinho pela presidente Dilma. Nós sabemos que na política há esse dinamismo. Meu palanque no Rio de Janeiro vai ser com os três candidatos — disse ele, referindo-se a Aécio, Dilma e pastor Everaldo (PSC), outro candidato à Presidência.
Pezão, apesar de admitir abrir o palanque para Aécio, disse que ainda vai estudar uma forma de aparecer com os três candidatos. O governador confirmou que estará ao lado da presidente Dilma no próximo dia 30 e 1º de julho no Rio, para inaugurar obras em parceria com o governo federal. Ele ressaltou que a presidente "está acima das questões partidárias".
Presente ao evento, o ex-prefeito Cesar Maia revelou que o início das conversas entre o PMDB e o DEM foram iniciadas pelo prefeito Eduardo Paes, que, por sua vez, acusou a aliança de ser um "bacanal eleitoral". Segundo Cesar, Paes procurou o seu filho, deputado federal Rodrigo Maia, para propor uma aliança entre os partidos nas eleições proporcionais. Cesar Maia, no entanto, lembrou que o apoio a Pezão foi consequência de conversas lideradas por Aécio Neves. Perguntado sobre a declaração polêmica de Eduardo Paes, o ex-prefeito ironizou:
— É natural. Ele saiu do meu útero — disse, em uma referência ao fato de ser o padrinho político de Eduardo Paes.
O ex-prefeito explicou que o objetivo de aceitar ser candidato ao Senado foi, em primeiro lugar, fazer uma coligação que reforce, no Rio, a candidatura de Aécio Neves.
— A minha decisão não demorou mais de 10 segundos — disse Cesar sobre o pedido que recebeu no último final de semana em uma reunião com Aécio Neves na casa do senador em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
A apresentação da coligação majoritária do PMDB foi feita pelo presidente regional do PMDB, Jorge Picciani. Na coletiva aos jornalistas, Picciani fez ataques ao senador Lindbergh Farias, candidato ao governo do Rio pelo PT, e ao deputado federal Anthony Garotinho, que também concorrerá ao Palácio Guanabara pelo PR. Picciani também elogiou Cesar Maia e fez um balanço da gestão de Sérgio Cabral. O peemedebista minimizou as declarações de Eduardo Paes.
— É o nosso companheiro. Tem direito de dar opinião e de divergir. Mas saberá seguir a linha partidária.
O governador Sérgio Cabral não compareceu ao evento de oficialização da aliança. Estavam presentes o presidente regional do PSDB, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, o presidente regional do PPS, Comte Bittencourt, e ainda os deputados federais Rodrigo Maia (DEM) e Leonardo Picciani (PMDB).
Um comentário:
Se o Pezão resolveu apoiar o Aécio é porque esse é o melhor a ser feito para o Rio.
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