Adriano Barcelos – Folha de S. Paulo
RIO - O PMDB do Rio confirmou a adesão de PSDB, PPS e DEM na coligação em prol da reeleição do governador Luiz Fernando Pezão, permitindo abertura do espaço para que o ex-prefeito da capital e atual vereador Cesar Maia (DEM) seja o candidato ao Senado na chapa. Com o rearranjo, o ex-governador Sérgio Cabral desistiu de disputar o Senado.
A coletiva de imprensa que formalizou o anúncio contou com a presença de Pezão, além dos líderes dos partidos envolvidos e de Maia.
No âmbito nacional, o PMDB apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), mas no Estado do Rio o partido já vinha se distanciando dos petistas desde quando o senador Lindbergh Farias anunciou que abandonaria a coligação e disputaria o governo do Estado.
A partir de então, o presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, veio impulsionando uma parceria local com os adversários do Planalto – personalizada na chapa "Aezão", uma forma de pregar o voto combinado em Pezão e Aécio Neves, que disputa a Presidência.
O governador Pezão tinha como conduta o distanciamento da candidatura de Aécio, evitava aparecer nos atos do "Aezão" e era apontado como o sustentáculo de Dilma no PMDB do Rio. Mas isso mudou, ele disse que com a inclusão de DEM, PPS e PMDB na coligação, não há mais nenhuma deferência especial a Dilma.
"Meu palanque no Rio de Janeiro vai ser com os três candidatos", destacou Pezão, mencionando também o pastor Everaldo, que disputará a Presidência pelo PSC, que compõe a chapa.
"Não fomos nós que rompemos a aliança. O PT participou do governo durante sete anos e três meses. Antes, tinha duas prefeituras. Agora, tem onze. Tem o vice-prefeito da cidade do Rio. Tem um senador eleito na nossa aliança (Lindbergh), rompeu a aliança e abriu essa possibilidade ter outros palanques", afirmou Pezão, reproduzindo o discurso adotado por Picciani.
Cesar Maia
O ingresso de Cesar Maia na chapa foi costurado por Aécio Neves. O ex-prefeito disse que foi convencido pelo mineiro, a quem comparou ao avô Tancredo Neves pelo talento para mediação. Maia relatou o bastidor da decisão e afirmou que o convite, formalizado no apartamento de Aécio no Rio, foi aceito em "10 segundos".
À imprensa, Maia distribuiu uma nota em que enumera cinco fatores que o levaram a desistir de disputar o governo do Estado com Pezão e aliar-se a ele, como postulante ao Senado. Entre os fatores, estão a questão nacional (apoiar Aécio), o quadro local (coligação entre PSB e PT para a eleição de Lindbergh Farias) e projetos enviados pelo governador Pezão para reajuste de várias categorias de servidores públicos - base eleitoral importante para Maia.
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