• Após PTB mudar de lado e declarar apoio ao tucano Aécio Neves, campanha petista faz acenos a 5 siglas aliadas que farão convenções nos próximos dias
João Domingos - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Depois de ver o PTB debandar para a coligação do tucano Aécio Neves, o comando da campanha da presidente Dilma Rousseff quer evitar novas surpresas e fez um aceno aos cinco partidos da base que vão fazer convenções nos próximos dias. Eles receberam o recado de que, se reeleita, Dilma dará mais voz a essas legendas ressuscitando o Conselho Político, órgão formado pelas siglas aliadas criado por Luiz Inácio Lula da Silva e desativado pela sucessora.
Um primeiro sinal da presidente é que ela decidiu participar das convenções dos aliados nesta semana. O comando petista avalia que todos vão continuar com Dilma, mas alguns casos demandam mais atenção, em especial o PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab. Embora ele tenha reiterado apoio à reeleição, nos Estados a legenda tem se aproximado dos partidos de oposição, e esses diretórios gostariam que o PSD ficasse neutro na disputa nacional.
Aécio chegou a oferecer a vaga de vice para o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, aliado de Kassab, mas a proposta foi rejeitada. O PSD marcou para amanhã sua convenção nacional.
Na segunda-feira, será realizada a do PP. O presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), disse que a aliança com Dilma está garantida, apesar das pressões do grupo comandado pelo governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, aliado de Aécio. "Nossa decisão já está tomada. Vamos juntos com a presidente Dilma", afirmou Nogueira.
Na sexta-feira, será a convenção do PC do B. Embora seja aliado tradicional do PT, o partido se queixa de não ter recebido apoio dos petistas na disputa pelo governo do Maranhão, onde lançou o ex-deputado Flávio Dino, e de ter perdido a legenda para o Senado no Ceará. Apesar disso, o PC do B continuará com Dilma.
Por fim, o PR, que também participa da base aliada do governo, deve confirmar na segunda a participação na coligação de Dilma. O partido realizou convenção no sábado e rejeitou a candidatura própria do senador Magno Malta (ES). No entanto, caberá à Executiva do partido a decisão final sobre manter a parceria com o PT ou não.
A situação mais tranquila é a do PROS, que hoje vai aprovar o apoio à reeleição de Dilma. Dos principais partidos, o PT já recebeu apoio do PMDB, mas foi surpreendido na semana passada pela mudança de lado do PTB.
Dissidência. A perda do PTB para Aécio deixou os petistas incomodados, mas eles não são os únicos. Parlamentares do próprio partido - comandado à distância pelo ex-deputado Roberto Jefferson, delator do esquema do mensalão e condenado pelo Supremo Tribunal Federal -, se queixam de não terem sido ouvidos pelo atual presidente da sigla, Benito Gama.
"Recebemos a mulher na nossa casa, declaramos apoio e, de repente, essa mudança sem a gente ser consultado? Isso é muito ruim", disse o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO). No dia 21, Dilma almoçou com a cúpula do PTB e ouviu dos dirigentes que o partido apoiaria sua reeleição. No sábado, Benito Gama declarou a adesão a Aécio, alegando divergências nas alianças estaduais com o PT.
Falta fechar
PR - Convenção delegou à cúpula a decisão sobre apoio a Dilma. Martelo será batido na segunda.
PROS - Convenção é hoje e deve confirmar apoio a Dilma, mas tem nós a desatar, em especial no Ceará.
PSD - Convenção é amanhã e a tendência é confirmar apoio a Dilma. Na maioria dos Estados, porém, partido ficará com a oposição.
PC do B - O tradicional aliado deve confirmar apoio a Dilma em convenção marcada para sexta.
PP - Convenção é na segunda. Há resistência quanto à aliança com Dilma, principalmente em Minas e no Rio Grande do Sul, mas cúpula diz que manterá o apoio.
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