Vanessa Jurgenfeld e Tainara Machado – Valor Econômico
SÃO PAULO - O fraco desempenho do setor industrial e a deterioração da confiança dos empresários desde janeiro está levando economistas a revisar suas projeções para o investimento em 2014. Algumas estimativas, que no início do ano eram de uma alta de até 4% para a Formação Bruta de Capital Fixo (medida das contas nacionais do que se investe em máquinas e equipamentos e na construção civil), se transformaram que prognóstico de queda significativa, próxima de 5%, e ajudam a explicar a piora do cenário para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
No ano passado, a taxa de investimento do país apresentou crescimento de 5,2%, segundo dados revisados do IBGE. Confirmada a expectativa para este, será a pior retração do investimentos no Brasil desde 2009. Uma redução nos investimentos neste ano também significará que 2015 vai se iniciar em ritmo lento.
Para alguns economistas, além do aumento do pessimismo entre os empresários, o fim de incentivos para aquisição de bens de capital também contribui para piorar os prognósticos para o investimento neste ano. Apenas entre janeiro e maio, a produção de bens de capital caiu 5,8%, enquanto a atividade industrial como um todo encolheu, em média, 1,6%. As compras de bens de capital do exterior também caíram significativamente: até maio, o país reduziu esse tipo de importação em 3,32%, segundo a Funcex.
Até agora são decepcionantes Tanto o desempenho da construção civil quanto a performance do ramo de bens de capital - e as previsões para o restante do ano continuam pouco animadoras. Nas estimativas do Bradesco, o setor de construção deve mostrar queda de cerca de 3% no 2º trimestre, seguindo uma queda de 2,3% já ocorrida no 1º trimestre do ano, nos dados para elaboração do PIB.
Já o nível de produção do ramo de bens de capital se encontra próximo ao de 2012 e, em relação ao mesmo período do ano passado, a queda atinge 7,6%. Em parte, essa retração é influenciada pelo desempenho ruim de caminhões e ônibus, que mostram recuo de 27,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas existem outros fatores, como o ritmo menos acelerado adotado pela Petrobras nos seus investimentos neste ano.
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