• Presidente e candidata à reeleição fez campanha na Bahia um dia depois de discursar em evento da ONU
Rodrigo Aguiar - Agência A Tarde
FEIRA DE SANTANA (BA) - A presidente Dilma Rousseff (PT) disse em evento de campanha na Bahia no início da tarde desta quinta — um dia depois de discursar na abertura da assembleia da ONU — que sua adversária Marina Silva (PSB) é "extremamente conservadora e neoliberal" e que fala sobre ajuste fiscal, mas que não explica nem diz de onde vai cortar. Chegou a dizer que abordar o tema de “ajuste fiscal” nesse momento é uma ação “eleitoreira”.
- Marina tem um modelo de política econômica extremamente conservadora e neoliberal. Ela não só pretende atender, prioritariamente, os bancos - como, no caso, deixou claro no programa dela de independência do Banco Central - como já falou em flexibilizar direitos trabalhistas, já falou em reduzir o papel dos bancos públicos e se reduz esse papel, não tem Minha Casa Minha Vida, não tem programa de agricultura familiar, financiamento pra indústria, não tem emprego - disse ela, acrescentando que não acredita em choque fiscal.
No início do mês, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), da tribuna da Casa, disse que Marina se transformou numa “FHC de saias”, que esconde “debaixo do xale o que tem de mais conservador que há no país”
De acordo com Dilma, "o Brasil não está desequilibrado".
- Não é necessário da forma que a candidata (Marina) diz que fará, pois o Brasil não está desequilibrado, não tem crise cambial. O Brasil passa, como o resto do mundo, por um processo de crise que nós não combatemos igual a eles (outros países) e sim garantindo emprego e investimento - afirmou a presidente, pouco antes de participar de carreata no município de Feira de Santana, segundo maior colégio eleitoral da Bahia, a 108 quilômetros de Salvador.
Segundo ela, se alguém propõe um ajuste fiscal tem que mostrar onde vai cortar.
- Vai cortar o quê, os programas sociais, o bolsa família? Choque fiscal é o quê?um baita ajuste que se corta tudo para pagar juros dos bancos? Não é necessário. O Brasil tem uma das menores dívidas líquidas sobre o Produto Interno Bruto do mundo, 34%. Todo o resto do mundo tirando uns seis países, tem dívida líquida acima de 100% ou perto de 100%. Focar falando de choque fiscal é uma forma perigosa e eleitoreira - declarou.
Para Dilma “o grande problema da candidata é que ela diz uma coisa num dia e no outro diz outra". Provocada, a presidente negou que estivesse atacando a adversária na campanha e disse que Marina se faz de vítima:
- Eu não estou atacando a candidata. estou discutindo as propostas. Agora, ela é que se vitimiza.
Questionada sobre o suposto esquema de desvios de dinheiro do Fundo de Combate à Pobreza pela ONG Instituto Brasil para abastecer campanhas do PT na Bahia, a presidente Dilma disse que as denúncias devem ser investigadas e os responsáveis punidos desde que existam provas.
- Todas as respostas já foram dadas. As denúncias existem para serem investigadas e os responsáveis condenados e presos - disse, ponderando que “as pessoas têm direito a defesa”.
- É fundamental ter provas. Caso contrário se mistura quem é honesto e quem não é.
Dilma chegou acompanhada do governador Jaques Wagner (PT), do candidato ao governo Rui Costa (PT), do vice-governador e candidato ao senado, Otto Alencar (PSD) e do candidato a vice, deputado federal João Leão (PP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário