• Propaganda da presidenciável na TV passa a atacar mais os rivais e também investe em promessas eleitorais
Leonardo Fuhrmann – Brasil Econômico
Apesar de manter o discurso deque é vítima de "boatos e calúnias" por parte dos adversários, a campanha da presidenciável Marina Silva (PSB) alterou o tom de seus programas de rádio e TV para atacar os oponentes. No horário eleitoral que foi ao ar na noite de anteontem, por exemplo, o PSB tratou sobre a desvalorização que a Petrobras sofreu durante o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT). E argumentou que a diferença entre o valor de mercado da estatal no fim do governo Lula e agora seria suficiente para atender a um certo número de estudantes brasileiros com passe-livre.Assim, além de expor críticas à gestão da empresa — cuja diretoria é alvo de investigações — o programa aproveitou para colar a candidata ao tema do passe-livre,uma das principais bandeiras dos manifestantes que foram às ruas em junho do ano passado.
Um levantamento feito pelo Portal iG (com o uso da ferramenta Many Eyes, da IBM) também aponta para uma mudança na estratégia da pessebista, que passou a dar mais peso para promessas eleitorais, como a implantação da escola em tempo integral. A candidata também usou parte do seu tempo para desmentir que pretendesse acabar com programas sociais como o Bolsa Família e com a exploração do pré-sal. Ontem, a candidata e seu vice,o deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, se reuniram com sindicalistas em São Paulo. O parlamentar foi contundente ao afirmar que, em um eventual governo, a coligação não pretende retirar nenhum direito dos trabalhadores. "Eu e a Marina temos uma história de militância de centro-esquerda, participamos das lutas para garantir os direitos dos trabalhadores e não enfrentaríamos uma disputa acirrada como essa para chegar lá e prejudicar essas conquistas", afirmou.
Segundo ele, o programa de governo do partido propõe mudanças na terceirização, a atualização da CLT e um conceito mais claro sobre trabalho análogo à escravidão, para proteger mais os trabalhadores. "Hoje, quando uma empresa terceirizada fecha, não há garantia de que os funcionários recebam pelo trabalho", exemplificou. Beto garantiu ser contra a terceirização de atividades fins. O vice afirmou ainda que um artigo mais claro sobre as condições semelhantes à escravidão vai proteger os trabalhadores, pois conceitos como "jornada exaustiva" e "condições degradantes" podem ser discutíveis perante a Justiça. "A tendência é que o mais forte leve vantagem perante o Judiciário", comentou. Apesar de não apresentar uma proposta concreta para alterar o fator previdenciário, o deputado afirmou que é necessário melhorar a remuneração dos aposentados. "Vejo o exemplo do meu pai, que colaborou a vida toda sobre seis salários-mínimos e hoje recebe apenas o mínimo por mês", afirma. Os sindicalistas presentes criticaram uma suposta falta de diálogo na gestão de Dilma.
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