Na ONU, discurso para brasileiros
• Dilma nega uso eleitoral de pronunciamento em que defendeu economia e exaltou feitos desde Lula
Isabel de Luca e Flávia Barbosa – O Globo
NOVA YORK - A dez dias das eleições, a presidente Dilma Rousseff, candidata a um segundo mandato, aproveitou seu discurso na abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU, ontem, em Nova York, para enaltecer os feitos do governo do PT. Citando a proximidade do pleito logo no início, Dilma dedicou quase a metade de seu pronunciamento de 24 minutos à listagem da "Grande Transformação (com letras maiúsculas no texto distribuído à imprensa) em que estamos empenhados".
Numa fala destinada ao público brasileiro, diante de chefes de Estado de 120 países, a presidente defendeu a política econômica implementada desde a era Lula como fiadora das conquistas sociais. Em meio ao escândalo da Petrobras, prometeu "o combate sem tréguas à corrupção". E afirmou que os direitos dos homossexuais, assim como os de mulheres e negros, "devem ser protegidos de toda seletividade e de toda politização".
Dilma negou que seu discurso tenha tido caráter eleitoral. Ela afirmou que todos os anos enaltece os feitos do Brasil na ONU, porque eles são "valores" reconhecidos internacionalmente.
- Nós, em 12 anos, tivemos uma redução (da desigualdade) que poucos países do mundo tiveram. Como chefe de governo, eu tenho um imenso orgulho disso e acho que parte do respeito que o Brasil tem no plano internacional decorre do fato de a gente ter feito isso - afirmou a presidente.
Brasil fora do mapa da fome
Primeira líder mundial a falar na assembleia - papel que cabe ao Brasil desde 1947 -, Dilma afirmou que as medidas econômicas impediram "as piores consequências" da crise financeira de 2008, mantendo "ambiente de solidez fiscal" e inflação "nos limites" da meta. O baixo crescimento do Brasil, apontou, deve-se "à persistência de dificuldades econômicas" no mundo.
- Há poucos dias, a FAO (Organização da ONU para Agricultura e Alimentação) informou que o Brasil saiu do mapa da fome. Essa mudança foi resultado de uma política econômica que criou 21 milhões de empregos e valorizou o salário básico, aumentando em 71% seu poder de compra. Com isso, reduziu a desigualdade. Trinta e seis milhões de brasileiros deixaram a miséria desde 2003. Vinte e dois milhões, somente em meu governo. Para esse resultado, contribuíram também políticas sociais e de transferência de renda reunidas no Plano Brasil sem Miséria - destacou Dilma.
Apesar da queda acentuada do investimento e da confiança empresarial em 2014, e dos recentes números que mostram estagnação do crescimento e do ritmo de redução da desigualdade, Dilma ressaltou que o Brasil resistiu aos efeitos colaterais mais severos da crise internacional:
- Continuamos a distribuir renda, estimulando o crescimento e o emprego, mantendo investimentos em infraestrutura. O Brasil saltou de 13ª para 7ª maior economia do mundo, e a renda per capita mais que triplicou. A desigualdade caiu. Se em 2002 mais da metade dos brasileiros era pobre, hoje três em cada quatro brasileiros integram a classe média e os estratos superiores.
Dilma defendeu ainda dois pontos críticos da política econômica: a situação fiscal e a inflação em patamares próximos ao teto de 6,5% (o centro da meta é de 4,5%, podendo variar dois pontos).
- Todos esses ganhos estão ocorrendo em ambiente de solidez fiscal. Reduzimos a dívida pública líquida de aproximadamente 60% para 35% do PIB. A dívida externa bruta em relação ao PIB caiu 42%, para 14%. As reservas internacionais foram multiplicadas por dez, e, assim, nos tornamos credores internacionais. A taxa de inflação anual também tem se situado nos limites da banda de variação mínima e máxima fixada pelo sistema de metas em vigor no país - disse.
Opinião - Palanque em Nova York
O VESTIDO "vermelho PT" usado na tribuna da Cúpula do Clima e a no mínimo polêmica defesa dos radicais do Estado Islâmico, contra os ataques de americanos e uma coligação árabe, denunciaram o uso eleitoreiro da ida da candidata-presidente Dilma Rousseff à ONU.
FICOU-SE SABENDO, mais uma vez, o que também significa "fazer o diabo" para ganhar uma eleição: a) usar a tribuna das Nações Unidas para gravar programa eleitoral, a fim de demonstrar poder a eleitores incautos: b) criticar os Estados Unidos, de olho na esquerda, e para isso ficando ao lado de sectários muçulmanos que adotam costumes medievais, inclusive decapitar pessoas sob o foco de câmeras e espalhar a selvageria pelo mundo.
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