• Dificuldade de Dilma na campanha explica falta de tempo, diz especialista
- O Globo
BRASÍLIA - Para Virgílio Arraes, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, a agenda eleitoral de Dilma Rousseff pode explicar a demora. Na opinião dele, se a presidente estivesse mais bem colocada nas pesquisas, talvez tivesse mais tempo para receber os embaixadores.
- A presidente Dilma não está tão bem na campanha como nas últimas eleições das quais ela e seu antecessor, o ex-presidente Lula, participaram - comentou Arraes.
Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington, lembrou que o ex-presidente americano Bill Clinton recebia embaixadores em bloco, para que eles pudessem trabalhar e representar seus países. A seu ver, Dilma poderia pensar em algo semelhante.
Diferentemente do Brasil, nos EUA e no Reino Unido, por exemplo, sem esse procedimento os diplomatas ficam impossibilitados de serem recebidos para tratar de assuntos diversos por autoridades dos dois países. Segundo Barbosa, é praxe receber o quanto antes as credenciais.
- Caso contrário, isso se torna uma descortesia com os embaixadores - disse.
Também existe certa mágoa da parte de alguns países, que ainda não receberam embaixadores brasileiros em suas capitais. É o caso da Bolívia, que costumava receber um atendimento melhor do antecessor de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Lula exercia uma influência notável sobre Evo Morales (presidente da Bolívia), mas as relações a partir de Dilma Rousseff esfriaram. Não acredito em mudanças com a vitória de Dilma nas eleições. Marina Silva é uma incógnita, mas pelo menos pode dar uma revitalizada nas relações bilaterais - avaliou o analista boliviano Carlos Cordero, da Universidad Mayor de San Andrés.
Segundo o acadêmico, há mais de um ano não há um embaixador brasileiro em La Paz. Além disso, Dilma resiste em se encontrar sozinha com o presidente boliviano.
O jornal paraguaio "Última Hora" questiona o discurso de Dilma, ao chamar o Paraguai de vizinho, sócio e aliado estratégico. Afirma que o antecessor do embaixador Manuel Cáceres, Aveio Arévalo, foi tratado com a mesma indiferença e destaca que, quando um embaixador não consegue apresentar suas credenciais, seu trabalho perde o caráter formal.
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