• Apoio de Renata é tido como essencial para melhorar desempenho do tucano no estado e no Nordeste
Júnia Gama, Simone Iglesias e Catarina Alencastro – O Globo
BRASÍLIA – O PSB de Pernambuco faz amanhã o primeiro evento da campanha de segundo turno com Aécio Neves (PSDB) na terra do ex-governador do estado Eduardo Campos, falecido em acidente aéreo em agosto. O tucano será recebido na casa da viúva de Campos, Renata, um apoio visto como essencial para que amplie sua fraca votação no estado e diminua a diferença de votos que Dilma Rousseff (PT) tem no Nordeste. No primeiro turno, Aécio obteve menos de 6% dos votos em Pernambuco, contra 44% da petista e 48% de Marina Silva, a mais votada no estado.
Aécio desembarca na capital pernambucana e vai direto para a casa de Renata, que, até o momento, não definiu se irá gravar para o programa de TV do presidenciável. Após a foto com a viúva, Aécio participará de evento com as lideranças locais e segue para comício na Zona da Mata Sul pernambucana, no município de Sirinhaém, onde Marina Silva obteve uma das maiores votações, proporcionalmente, no Brasil, com mais de 74% dos votos. A campanha tucana espera que a vinculação da imagem de Aécio à da família de Campos sirva para alavancar os votos no estado.
O governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara, atua na organização do evento com Aécio. Câmara foi eleito no primeiro turno, com quase 70% dos votos, derrotando assim o candidato do ex-presidente Lula, Armando Monteiro (PTB). O governador eleito trabalhou internamente no PSB para que a Executiva do partido aprovasse a aliança com o tucano no segundo turno, apesar das pressões da cúpula petista para que a ala pernambucana socialista apoiasse Dilma.
Sobre a participação da viúva de Eduardo Campos, Renata, na campanha de Aécio, o pessebista disse que ocorrerá, mas com menos intensidade do que no primeiro turno. Reforçou, no entanto, que Renata participou da decisão de apoiá-lo.
Ontem, Câmara afirmou que, quando Dilma lhe telefonou parabenizando pela eleição, segunda-feira, pediu seu apoio e o do PSB de Pernambuco no 2º turno. O governador eleito disse, no entanto, que o apoio a Aécio foi uma decisão "unânime e conjunta" dos integrantes do diretório do partido no estado, além dos deputados federais e estaduais eleitos.
- Ela ligou me parabenizando pela vitória e disse que gostaria de contar com o apoio no segundo turno pelas relações históricas do PSB e do PT - contou.
Câmara disse, ainda, que o clima de ameaças e de "chantagens" que se estabeleceu na disputa eleitoral em Pernambuco pesou na decisão de migrar para a candidatura tucana. Segundo ele, o PT e Armando Monteiro insistiram na tese de que, se o candidato do PTB não fosse eleito, cessariam os recursos federais para Pernambuco.
- Há um sentimento em Pernambuco de que esse modelo se esgotou - disse Câmara.
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