terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Dilma define mais 7 ministros e reduz espaço do PT na equipe

• Lula não terá mais aliados no círculo próximo da presidente no Planalto

• Petista indicou o vereador paulistano Antonio Carlos Rodrigues (PR) para assumir os Transportes

Andréia Sadi, Mariana Haubert e Valdo Cruz – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira (29) os nomes de sete novos ministros, redefinindo o espaço que o PT ocupará no centro do poder e fazendo acenos para aplacar a insatisfação de seu partido com as mudanças no governo.

Dilma confirmou a escolha de Miguel Rossetto para chefiar a Secretaria-Geral da Presidência e do deputado Pepe Vargas para ser o ministro das Relações Institucionais, responsável pela articulação do Planalto com o Congresso.

Ligados ao PT gaúcho e a uma corrente política inexpressiva dentro da sigla, ambos são pessoas de confiança da presidente e substituirão aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antecessor e principal padrinho político de Dilma.

Eles deverão formar o núcleo central do governo com o ministro da Casa Civil, o também petista Aloizio Mercadante, que se tornou o principal auxiliar da presidente e deve ser confirmado no cargo pela presidente nesta terça (30).

Com a saída de Gilberto Carvalho, amigo de Lula que ocupava a Secretaria-Geral desde o início do governo Dilma, e de Ricardo Berzoini, que dará o lugar a Vargas, Lula não terá mais aliados no círculo próximo da presidente.

Berzoini foi transferido para o Ministério das Comunicações, onde deverá trabalhar para tirar do papel o projeto de regulação econômica da mídia, uma das prioridades do PT nesta gestão.

Em outro aceno à esquerda do partido, Dilma indicou o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias para o Ministério do Desenvolvimento Agrário, responsável pelos assentamentos de trabalhadores rurais sem terra.

A esquerda petista ficou contrariada com várias escolhas de Dilma, como a do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, economista de perfil conservador.

Na semana passada, quando Dilma indicou outros 13 ministros, ela tirou do PT o Ministério da Educação, que a sigla controlava desde a chegada de Lula ao poder. O novo ministro será o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros).

O PT reivindicou o Ministério do Trabalho, mas Dilma indicou que manterá a pasta sob controle do PDT, provocando insatisfação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que reúne sindicatos alinhados com o PT.

Os novos ministros tomarão posse com Dilma nesta quinta-feira (1). Dos 39 integrantes da equipe, 24 já foram definidos. Além de Mercadante, devem ser confirmados nesta terça os petistas José Eduardo Cardozo, na Justiça, e Arthur Chioro, na Saúde.

O PT, que chegou a ter 17 ministros com Dilma, perdeu agora o controle sobre três ministérios e ganhou um. A presidente indicou nesta segunda o petista Carlos Gabas como novo ministro da Previdência Social, que era comandada pelo PMDB.

A presidente também transferiu o atual ministro das Cidades, Gilberto Occhi (PP-MG), para a Integração Nacional, e escolheu o vereador paulistano Antonio Carlos Rodrigues (PR) para os Transportes.

O PP ganhou a Integração Nacional como compensação pela perda das Cidades, que passou ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Para a Cultura estão cotados o ex-ministro Juca Ferreira e o escritor Fernando Morais. Os titulares das Relações Exteriores, da Secretaria de Comunicação Social e da Secretaria de Assuntos Estratégicos deverão ser mantidos por enquanto. Dilma ainda não encontrou substitutos para os atuais ministros.

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