quarta-feira, 15 de abril de 2015

Aécio muda o tom e agora diz ver motivo para impeachment

• Comprovação de que governo esperou eleição para abrir processo contra empresa seria 'forte' para senador tucano

• Presidente do PSDB afirma que partido ainda não tem posição mas é obrigado a avaliar 'todas as alternativas'

- Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que haverá motivo "extremamente forte" para um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff se ficar comprovado que o governo esperou o fim da eleição para processar uma empresa holandesa suspeita de pagar propina para fazer negócios com a Petrobras.

Como a Folha revelou ontem, a CGU (Controladoria-Geral da União) recebeu informações detalhadas sobre o assunto do ex-diretor da SBM Offshore Jonathan Taylor em agosto, durante a campanha eleitoral, mas só anunciou a abertura de processo contra a SBM em novembro, após a reeleição de Dilma.

"É a utilização do Estado em busca de um projeto de poder. Certamente é um motivo extremamente forte [para o pedido de impeachment]", disse Aécio nesta terça (14).

A declaração do tucano, que preside o PSDB e foi derrotado por Dilma nas eleições de 2014, representa uma mudança no tom que ele vinha adotando para tratar do tema.

O senador evitava defender publicamente a abertura de um processo para investigar a presidente, mas vem sendo pressionado pelo PSDB a aderir à principal bandeira dos grupos que organizaram as manifestações populares contra o governo em 15 de março e neste domingo (12).

Em reunião com deputados do PSDB nesta terça, Aécio ouviu da bancada a defesa do impeachment de Dilma. No fim do encontro, disse que faria uma "provocação" aos colegas de partido e perguntou quais eram a favor de investigações contra a presidente. Todos levantaram as mãos em apoio ao pedido.

Aécio também recebeu nesta terça, pela primeira vez, representantes do movimento Vem para a Rua, um dos grupos que lideraram os protestos contra Dilma. Os manifestantes entregaram a Aécio convite para um ato público nesta quarta (15) na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Representantes dos movimentos contrários ao governo pretendem divulgar durante o ato público um documento com reivindicações ao Congresso, entre elas a aprovação de uma reforma política.

Aécio confirmou que o PSDB pediu ao jurista Miguel Reale um estudo das denúncias que já surgiram contra Dilma para verificar se há elementos para o impeachment.

"Não é ainda a posição do PSDB, mas temos a obrigação de avaliar todas as alternativas", disse Aécio. O senador afirmou que impeachment não é "palavra proibida ou golpe", mas "constitucional".

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça não ver "motivos" para a abertura de processo de impeachment contra Dilma. O peemedebista sinalizou que deve rejeitar os 23 pedidos de investigação que foram apresentados à Câmara até agora.

Cabe ao presidente da Casa aceitar um pedido de impeachment e encaminhá-lo para a apreciação do plenário. Para que o presidente da República seja afastado e um processo contra ele seja aberto, é necessário o apoio de 342 dos 513 deputados, ou dois terços do plenário. O julgamento é feito pelo Senado.

Em entrevista a blogueiros alinhados com o governo, Dilma disse nesta terça que o país saiu da eleição presidencial "com muita gente no terceiro turno", mas afirmou que o cenário deve melhorar.

"Que tipo de crise política nós temos? Saímos da eleição com muita gente no terceiro turno. [...] Vamos fazer 13 anos de governo e quem não está [no governo] reage dessa forma", afirmou a presidente, segundo trecho publicado pelo site "Jornal GGN".

Um comentário:

Anônimo disse...

Está tudo errado, nossa oposição também não presta e deve ter rabo preso, pois não faz nada. Aécio teve a chance dele de ganhar e agora anda muito desprestigiado, pois o primo do PSDB, ou seja, o PT, faz o que quer com o PSDB. Cheguei à conclusão que é tudo farinha do mesmo saco e não voto mais em ninguém e como eu tem muita gente.
Depois de eleitos, esses políticos lesa-pátria fazem o que querem e o povo que se dane. Então decidi: prefiro o regime militar, pois vivemos um regime porco, dominado por civis fedorentos, corruptos, ladrões, tudo isso enganosamente chamado de democracia, mas, que na verdade, é a ditadura da corrupção, onde o povo é cada vez mais excluído, pois elegemos sujeitos de mal caráter que depois se tornam nossos algozes. Prefiro a ditadura militar, pois a civil é muito pior do que a militar. Nunca vi tanto roubo e sujeira no país como vejo atualmente, Fizeram tanta porcaria que a coisa explodiu. Fora, PT!