quarta-feira, 15 de abril de 2015

Terceirização: sindicatos organizam protestos em 25 capitais

• Estão previstas paralisações em bancos, transportes e indústrias durante toda a quarta-feira

Flávio Ilha / Bruno Dalvi – O Globo

RIO, PORTO ALEGRE e VITÓRIA – A CUT e alguns dos principais sindicatos do país realizam nesta quarta-feira protestos contra o projeto de terceirização. Bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros e pessoal de serviços devem participar de manifestação em São Paulo no Dia Nacional de Paralisação. O protesto deve ocorrer em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo a CUT, ao longo do dia devem ocorrer paralisações de agências bancárias e de indústrias, principalmente no Grande ABC. Em todo o país, estão previstas manifestações em 25 capitais, que incluem Rio, São Paulo e Brasília, entre outras cidades.

No Rio, funcionários da Petrobras da Bacia de Campos foram convocados pelo sindicato dos petroleiros da região para mobilizações contra o Projeto de Lei (PL) 4330/04, que regulamenta os contratos de terceirização no país.

Em Vitória, a juíza Ana Cláudia de Faria Soares, do plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), proibiu que dez centrais sindicais fechem os acessos à capital durante a manifestação convocada para a manhã desta quarta-feira. A decisão prevê multa diária de R$ 200 mil em caso de descumprimento e atende a um pedido do Ministério Público Estadual.

"Não houve qualquer comunicação prévia às autoridades estaduais quanto a realização do evento, muito menos comunicação à sociedade, o que impede o poder público de organizar o trânsito nas ruas e avenidas que serão afetadas pelo movimento. Situação que causará o verdadeiro caos na Grande Vitória, prejudicando a massa populacional que circula diariamente nas vias públicas”, destaca o MPES.

De acordo com a juíza, a decisão não restringe o direito de manifestar, mas garante o direito de locomoção das pessoas.

Petroleiros ameaçam greve
O Sindipetro Norte Fluminense acena com a possibilidade de uma greve geral, caso o governo federal e o Congresso não cedam às reivindicações dos sindicalistas. “Se a bancada dos patrões insistir neste golpe contra os trabalhadores, os petroleiros se colocarão juntos às demais categorias para construir uma greve geral”, afirmou manifesto apresentado pelo Sindipetro Norte Fluminense (Sindipetro-NF).

Em geral, greves de petroleiros não têm tido impacto relevante na produção nos últimos anos, uma vez que a Petrobras conta com equipes de contingência.

A convocação feita pelo Sindipetro-NF, filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), segue orientação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, explicou à Reuters que regulamentos impedem que as mobilizações de hoje causem impactos na produção. A Bacia de Campos atualmente representa mais de 70% da produção de petróleo do país.

No Rio Grande do Sul, os protestos contra o projeto — iniciado à meia-noite de ontem com a greve de 24 horas dos metroviários gaúchos — se estenderá pelo dia de hoje, com atos em cidades do interior do estado. Ficarão fechadas as estações dos trens que ligam as principais cidades da região metropolitana de Porto Alegre. O movimento tem a adesão de rodoviários de Porto Alegre, de escolas estaduais e de categorias ligadas à área da saúde.

Rodoviários da Companhia Carris, empresa pública de transporte que opera as principais linhas de Porto Alegre, e bancários também decidiram aderir ao movimento.

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