Rubens Valente, Fabiano Maisonnave – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, SÃO PAULO - Escolhido pela presidente Dilma Rousseff para o STF (Supremo Tribunal Federal), o advogado Luiz Edson Fachin aparece em um vídeo de 2010, gravado durante o segundo turno da campanha eleitoral, pedindo votos para a então candidata do PT à Presidência.
O vídeo de quatro minutos está no site YouTube, no canal "Dilma na Web", ligado à campanha.
Fachin fala a um auditório lotado de apoiadores de Dilma em local não descrito. Na mesa do evento estão o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), a ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP) e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça), entre outros.
Identificado como professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Fachin se encarrega de ler ao microfone um "manifesto de juristas" em prol da candidatura da petista.
"Tenho em mãos um manifesto de centenas de juristas brasileiros que tomaram lado", anunciou.
"Apoiamos Dilma para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimento econômico que signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens naturais. Um país socialmente justo, que continue acelerando a inclusão social e que consolide soberano sua nova posição no cenário internacional".
O manifesto afirma que o governo Lula (2003-2010) "preservou as instituições democráticas e jamais transigiu com o autoritarismo". E não tentou "alterar casuisticamente a Constituição para buscar um novo mandato".
Procurado pela Folha em seu telefone celular no início da noite desta terça-feira (14), Luiz Fachin não foi localizado para comentar o vídeo de 2010.
Professor de Direito Civil na UFPR, onde se formou em 1980, Fachin é especializado em arbitragem e mediação em Direito Empresarial.
Desde os anos 1980 atua na área acadêmica.
No Paraná, onde tem escritório junto com a filha, Fachin "goza de excelente reputação moral e acadêmica", diz Anderson Furlan, presidente da Associação dos Juízes Federais do Paraná (Apajufe). Ele o descreve como humilde, sério e carismático.
"Não ouvi do [juiz] Sergio Moro nem de ninguém qualquer crítica contra Fachin", diz Furlan, amigo do magistrado responsável pela Operação da Lava Jato, ele também do Paraná.
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