• Empresas da família do ex-presidente, suspeito de receber propina, também são alvo da decisão
Carolina Brígido – O Globo
BRASÍLIA - O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador Fernando Collor (PTB-AL) de 1º de janeiro de 2011 a 1º de abril de 2014. A decisão foi tomada quinta-feira e está em segredo de justiça. Ontem, o advogado de Collor, Fernando Neves, disse que não foi comunicado da decisão.
Teori também enviou ofícios à Receita Federal e ao Banco Central pedindo informações para subsidiar o inquérito que investiga o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). A decisão foi tomada após a Polícia Federal pedir a quebra dos sigilos bancários e fiscais de investigados no inquérito.
Sigilo quebrado de mais 4
Como o caso está sob sigilo, não se sabe quem foi atingido com a decisão de Teori nem o pedido exato da PF. Semana passada, Renan se antecipou e anunciou que entregará seus sigilos (bancário, fiscal e telefônico) ao STF. Disse que orientou seus advogados a enviar a autorização para o ministro e que não tem nada a temer.
No caso de Collor, o pedido foi feito pela Procuradoria Geral da República para instruir o inquérito que investiga se o senador participou de fraudes na Petrobras. Ele é suspeito de lavagem de dinheiro e de ter recebido cerca de R$ 3 milhões em propina, em um negócio da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
Na mesma decisão, Teori quebrou o sigilo de mais quatro suspeitos, incluindo Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, que foi ministro de Collor, quando ele era presidente. Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef disse que foram feitos depósitos para Collor a pedido de Ramos, dono de uma empresa que mantinha negócios com o doleiro, a GPI Participações e Investimentos.
Também foi determinada a quebra de sigilo de 12 empresas, entre elas o jornal Gazeta de Alagoas e a TV Gazeta de Alagoas, da família de Collor. A decisão foi enviada quinta-feira ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Collor tem atacado o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o Ministério Público. Ele nega qualquer tipo de relação com Youssef.
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