• Investigadores têm mais dificuldades com provas contra senador no esquema da Petrobras
Vinicius Sassine – O Globo
A primeira leva de denúncias da Lava- Jato, feitas pelo procuradorgeral da República, Rodrigo Janot, não deve incluir Renan Calheiros. - BRASÍLIA- O presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB- AL), deve ficar fora da primeira leva de denúncias do procuradorgeral da República, Rodrigo Janot, dentro da Operação Lava- Jato, previstas para o fim deste mês. Os investigadores vêm encontrando mais dificuldades em obter provas da participação do senador no esquema do que em relação a outros políticos investigados, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha ( PMDB- RJ).
Cunha, o senador Fernando Collor ( PTB- AL) e pelo menos mais três parlamentares relacionados na Lava- Jato devem ser denunciados ao Supremo Tribunal Federal ( STF) ainda em agosto, como noticiado pelo GLOBO. Outros 29 políticos são investigados em inquéritos em curso no STF desde março deste ano.
Renan é suspeito de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O inquérito aberto está na fase de análise de quebras de sigilo bancário autorizadas pelo STF. Essas quebras se referem ao episódio do depósito de R$ 5,7 milhões na conta de um escritório de advocacia em Brasília. O dinheiro seria o resultado de um acordo favorável ao Sindicato dos Práticos na Petrobras e teria como destino final o presidente do Senado, passando pelo deputado federal Aníbal Gomes ( PMDB- CE), conforme a delação do ex- diretor da estatal Paulo Roberto Costa. As investigações tentam mapear o destino do dinheiro.
Fontes com acesso ao inquérito relatam que a falta de delatores no caso de Renan vem dificultando a produção de provas. É uma situação diferente do caso de Cunha, em que o consultor Júlio Camargo decidiu detalhar um suposto pagamento de propina de US$ 5 milhões ao deputado e fornecer documentos que provariam a entrega do dinheiro. Júlio é um dos delatores da LavaJato e correu o risco de anulação dos benefícios do acordo de colaboração, diante da recusa inicial em delatar o presidente da Câmara.
Mesmo com uma dificuldade maior de produção de provas, investigadores não trabalham com hipótese de pedido de arquivamento do inquérito aberto para investigar Renan. A apuração, porém, deve consumir bem mais tempo do que a necessária para as primeiras denúncias.
Reportagem publicada pelo GLOBO em maio mostrou que os sócios do escritório de advocacia romperam a sociedade diante da identificação de um depósito de R$ 5,7 milhões na conta do escritório.
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