“Vem de longe. Iniciava-se o ano de 2003, Lula recentemente eleito presidente da República. O PT organizou um encontro em São Paulo, no Hotel Hilton, pela primeira vez na vida do partido a portas fechadas, vedado o acesso da imprensa.
José Eduardo Dutra e Jaques Wagner eram cotados para a presidência do partido. Nenhum dos dois queria a função. Dutra por causa da experiência no comando do PT de Sergipe – “um horror” – e Wagner pelo desejo de ocupar a presidência da maior empresa brasileira.
Palavras de Wagner na ocasião: “Com a Petrobrás nas mãos, serei governador da Bahia”. De imediato, o interlocutor não entendeu a relação de causa e efeito, mas em retrospectiva, o diálogo, do qual jamais me esqueço, fez todo sentido.
No mesmo evento, José Genoino explicitou os planos do partido: a bordo do poder conquistar a hegemonia política, social e partidária de maneira a dominar o Brasil.
Deu errado para o PT. Mas, no fim, acabará dando certo para o combate à impunidade no Brasil. De maneira torta, os petistas escreveram de forma certa sua antiga defesa da ética na política. “
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Dora Kramer, jornalista, ‘Salve-se se puder’, O Estado de S. Paulo, 13.1.16
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