Por André Guilherme Vieira – Valor Econômico
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai depor ao juiz federal Sergio Moro na condição de testemunha de defesa de José Carlos Bumlai em processo da Operação Lava-Jato a que o pecuarista responde por lavagem de dinheiro, juntamente com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e os empresários Salim e Fernando Schahin, sócios do Grupo Schahin.
Lula não precisará se deslocar até Curitiba, base da Lava-Jato na primeira instância judicial. Ele vai depor por videoconferência na sede da Justiça Federal, em São Paulo, no dia 14 de março.
O advogado de Bumlai, Arnaldo Malheiros Filhos, explicou que a defesa pediu o depoimento de Lula no processo da Lava-Jato " "porque ele [Bumlai] é acusado de ter intercedido junto ao Lula para conseguir fechar a 'bandalheira' dos Schahin com a Petrobras e nunca teve nada com isso e nem nunca tratou disso com Lula. Vamos inquirir o Lula se ele alguma vez tratou desse assunto com o Bumlai", disse o criminalista ao Valor.
Bumlai confessou à Polícia Federal (PF) ter contraído empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schahin em outubro de 2004 e o destinado, na íntegra, ao PT. A PF e o Ministério Público Federal (MPF) afirmam que o aporte ao PT foi uma contrapartida ao Grupo Schahin, beneficiado com contrato de US$ 1,6 bilhão envolvendo a operação do navio-sonda Vitória 10000 da Petrobras - sem licitação, acusam os investigadores da Lava-Jato.
A defesa do pecuarista alegou que a relação de proximidade entre Lula e Bumlai "sempre foi muito explorada pelos que, maliciosamente, viam nela a oportunidade de encontrar malfeitos que pudessem ser atribuídos ao segundo, seja durante, seja depois de seus dois mandatos".
O ex-presidente e José Carlos Bumlai estreitaram laços de amizade em 2002, durante a primeira campanha ao Planalto vencida por Lula.
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