• Ministros do PMDB pressionam para continuar à frente de suas pastas
Júnia Gama, Simone Iglesias e Cristiane Jungblut - O Globo
- BRASÍLIA- O governo federal estuda entregar o cobiçado Ministério da Educação ( MEC) para um dos maiores partidos da base aliada, o PP — sigla com maior número de parlamentares investigados na Operação Lava- Jato —, que hoje ocupa a pasta da Integração. Nesse cenário, que tem o aval dos governistas no PMDB, o ministro Aloizio Mercadante seria transferido para o Ministério da Ciência e Tecnologia, hoje ocupado pelo peemedebista Celso Pansera, indicado pela bancada da Câmara. Pansera não deixaria a Esplanada; seria realocado numa das pastas vagas: Turismo ou Esporte.
Uma semana após o PMDB oficializar o desembarque da base aliada, setores do partido alinhados ao governo trabalham para continuar na Esplanada dos Ministérios. Em conversas no Palácio do Planalto, os seis ministros peemedebistas têm dado recados de que querem ficar em seus cargos e que uma diminuição dessa participação pode ter consequências negativas na correlação de forças durante a votação do impeachment.
Segundo peemedebistas que participam das negociações, o foco do PMDB é manter o Ministério da Saúde nas mãos de Marcelo Castro, também indicado pela bancada da Câmara, e continuar com a maior parte possível dos demais ministérios
— Com o passar dos dias, ficou claro que quem desembarcou do PMDB na semana passada foi quem já estava fora do governo mesmo. Estamos alertando que é preciso ter cuidado para não dar uma chacoalhada ruim que possa resultar em um desembarque maior. Se o governo cair na tentação de tirar o Ministério da Saúde, vai mexer justamente com a parte do PMDB que está fiel. Daí, cria- se um fator imponderável — afirmou ao GLOBO um dos ministros peemedebistas.
Se até a última sexta-feira a saída de alguns desses ministros era dada como certa, agora prevalece a dúvida. A manutenção de Marcelo Castro na Saúde foi discutida entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Senado, Renan Calheiros ( PMDB- AL), na última quinta- feira, e referendada por ministros do Palácio do Planalto nas reuniões de domingo e de ontem. Os peemedebistas do Senado argumentaram que preservar Castro seria uma forma de reter alguns votos no PMDB da Câmara, dando prestígio ao líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ).
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou ontem que a sua permanência no cargo depende de Dilma. Ele criticou o rompimento de seu partido com o governo:
— Neste momento, o PMDB é um partido importante para o diálogo com a nação brasileira e com o Congresso. ( Colaborou Bárbara Nascimento)
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