• Presidente do Senado prevê concluir a sessão em dez horas, com 60 oradores
Cristiane Jungblut e Eduardo Bresciani – O Globo
BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou que será amanhã a sessão de votação da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele disse que a ideia é concluir a votação — em painel eletrônico — amanhã mesmo. Hoje, às 15h, o Senado abrirá as inscrições para os senadores falarem na sessão. Haverá dois livros de inscrição: um para os defensores do impeachment e outro para os aliados de Dilma.
— A ideia é iniciar a sessão a partir das 9h, fazer uma interrupção às 12h, retomar às 13h e ir até as 18h. Fazemos então (nova) interrupção e voltamos às 19h. A expectativa é que tenhamos a participação de 60 oradores, e dez horas de sessão, mas o objetivo é concluirmos a sessão ainda na quartafeira (amanhã) — disse Renan.
Nos bastidores, os defensores do impeachment planejam abrir mão de discursos e falar menos para que a votação termine ainda amanhã. Se for aprovado o impeachment, a ideia é notificar Dilma no dia 12. Perguntado sobre a notificação da presidente, Renan disse:
— Não me sinto confortável na condução deste processo, é a História que exige. Faremos da melhor maneira possível, sem a exposição de ninguém.
Ontem, em plenário, houve discussão entre Renan e as senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoBAM). A confusão começou logo após Renan anunciar que levaria o processo adiante, passando por cima da decisão de Waldir Maranhão. Renan incomodouse com os gritos de protesto.
— Por favor, não gritem, não gritem, não gritem, não gritem, não gritem. Isso foi um erro de avaliação. A democracia não se faz com gritos — disse Renan.
— Nós levantamos a nulidade na comissão — insistiu Gleisi, fora do microfone, acompanhada por governistas.
— Vou suspender a sessão por dois minutos, para que Vossas Excelências gritem em paz — disse Renan.
— Quero falar que aqui não tem destempero e nem histerismo — rebateu Gleisi. Renan tentou acalmar: — O meu pai, que era grande relações públicas, mas um homem que não teve a oportunidade de estudar, me ensinava sempre que o segredo da vida é comer pouco, dormir muito e não brigar com mulher.
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