• PSDB negocia acordos com o PRB do senador em outras capitais
Ruben Berta - O Globo
Pouco menos de duas semanas depois de o diretório municipal do PSDB ter decidido ficar neutro no segundo turno da disputa pela prefeitura do Rio, o deputado estadual e candidato derrotado Carlos Osorio e os três vereadores eleitos do partido anunciaram ontem apoio ao senador Marcelo Crivella (PRB). A parceria foi oficializada num evento na sede da Associação Comercial, no Centro.
— Conversei com a direção nacional, e o nosso partido está discutindo alianças com o PRB em outras capitais. Depois de duas conversas com o senador, decidi declarar o apoio. Ele é quem está mais aberto a ouvir a sociedade. Ficamos felizes com a coincidência de propostas e objetivos para o futuro da cidade. Temos que fazer uma opção que possa agregar, que possa construir — afirmou Osorio.
Durante um discurso para empresários, o deputado ainda alfinetou o candidato do PSOL Marcelo Freixo:
— Não é um momento para radicalismos, para ideias ultrapassadas e bolivarianas. Temos que ter a cidade em primeiro plano.
Apesar da debandada para Crivella, Osorio afirmou que a posição do diretório municipal, de neutralidade, foi mantida, permitindo que cada membro do partido decida individualmente quem quer apoiar. O candidato derrotado do PSDB disse que não aceitará cargo algum na prefeitura e que pretende cumprir seu mandato como deputado para auxiliar na superação da crise financeira pela qual passa o estado.
Crivella garantiu que, para obter o apoio de Osorio, não foram negociados cargos com o PSDB. O senador, porém, não descartou a hipótese de ter um político do partido em alguma secretaria no futuro:
— Nós não tratamos sobre cargos. Foi uma negociação republicana, baseada em princípios, em valores e ideais, num Rio de Janeiro que não seja totalitário, que não seja rebelde, de anarquia, onde exista ordem e respeito. Agora, eu não posso descartar que amanhã o PSDB participe do nosso governo, porque é um partido importante no Brasil. Não foi tratado, mas também não está descartado.
Em entrevista após a oficialização do apoio, Crivella voltou a se queixar dos ataques de seu adversário na disputa pela prefeitura:
— Sou apresentado na televisão (no programa de Freixo) como um monstro. Isso é espírito totalitário. Como, de uma hora para outra, alguém que andava do meu lado, que repartia esperanças, torna-se meu algoz dessa maneira. Imagina quando estiver na prefeitura, com poder. Deus me livre de este dia chegar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário