Por Cristian Klein – Valor Econõmico
RIO - Mantida a tendência que vem desde o fim do primeiro turno, os eleitores de Vitória devem reeleger o prefeito Luciano Rezende (PPS), no domingo. Seu adversário, o deputado estadual Amaro Neto (Solidariedade) largou muito bem na corrida municipal e chegou a ter a perspectiva de ganhar no primeiro turno. Na reta final, foi ultrapassado pelo prefeito, que conquistou 43,82% dos votos válidos, contra 35,32% do desafiante. Pela última pesquisa Ibope, a vantagem de Rezende era de 13 pontos percentuais - 51% a 38%.
Caso se confirme, o resultado representará uma derrota do governador Paulo Hartung (PMDB), desafeto do prefeito da capital e incentivador de candidaturas para derrubá-lo. O candidato do partido do governador, deputado federal Lelo Coimbra (PMDB), ficou pelo caminho, ao terminar a primeira rodada em terceiro lugar, com 14,32%.
No segundo turno, a esperança de Hartung passou a ser Amaro Neto, outro candidato de sua base política, estimulado a entrar na disputa depois de ter sido o deputado estadual mais votado do Espírito Santo em 2014.
Apresentador de um programa na TV Record, Amaro Neto é bastante popular, mas seu trabalho, baseado na galhofa de casos de polícia, lançou suspeitas sobre sua seriedade e capacidade de ser gestor. No programa "Balanço Geral", Amaro já dançou funk, simulou uma rave, fingiu ser uma galinha pondo ovos e consumindo crack para ilustrar e comentar matérias jornalísticas de forma cômica.
"Claro que ele tem a vantagem de ser oposição, num momento de dificuldade, de queda de receita. Os serviços públicos, como saúde e educação, são questionados. A desvantagem é que ele é desequilibrado", afirma o ex-governador Renato Casagrande (PSB), que apoia a reeleição de Rezende.
Os dois fazem oposição a Paulo Hartung, que para evitar desgaste com eventual derrota na capital, não emprestou sua imagem para a propaganda de Lelo Coimbra, de seu próprio partido, nem para a de Amaro Neto.
Hartung, no entanto, mobilizou sua base política e seus secretários, no segundo turno, para concentrar forças na candidatura do deputado estadual. O secretário de Agricultura, Otaciano Neto, por exemplo, atuou como um dos coordenadores da campanha de Amaro, que também recebeu ajuda do diretório nacional do Solidariedade, presidido pelo deputado federal e sindicalista Paulinho da Força.
No tabuleiro capixaba, mais três cidades são especiais para se avaliar o impacto das eleições na correlação de forças no Estado. Hartung está mais próximo dos prováveis vencedores nos dois maiores municípios: Serra e Vila Velha, onde lideram Sérgio Vidigal (PDT) e Max Filho (PSDB). E Casagrande, além do aliado Rezende na capital, deve colher vitória pelo apoio a Marcelo Santos (PMDB), em Cariacica. "Mas isso também é relativo, pois, dependendo do impacto da crise econômica, ter um prefeito aliado, em vez de ajudar pode atrapalhar. O eleitor está votando diretamente. Acabou um pouco o papel do intermediário", diz o ex-governador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário