Igor Gielow | Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - A equação para 2018 tem alguns candidatos a terceira via. No campo à direita, o vácuo de lideranças viáveis deu espaço ao crescimento do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que vem cravando por volta de 10% em intenções de voto.
Há, contudo, uma certa unanimidade em apontá-lo como sintoma temporário, fadado a seus limites.
"Não me surpreende o desempenho do Bolsonaro. Desde 2013, há um crescimento da simpatia à direita no eleitorado", afirma o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
Naquele ano, uma pesquisa já apontava que 48% do eleitorado tinha simpatias conservadoras. "Foi uma decorrência da decepção com os governos do PT, e prevejo uma votação inédita nesse campo", diz. Hoje, Bolsonaro se sobressai, mas nomes menos heterodoxos podem ocupar esse espaço.
"O campo mais tradicional precisa unificar sua candidatura até o fim do ano", afirma Luiz Felipe D´Avila.
E há Marina Silva (Rede). A ex-senadora e ex-ministra ficou muito abalada com os ataques sofridos na campanha de 2014, e sua inapetência para o embate desencoraja simpatizantes. "Ela precisa se decidir se quer liderar um movimento ou ser presidente. Ela poderia ser um símbolo, como Nelson Mandela, desde que tivesse uma equipe e articulação política", diz Giannetti.
Outro problema é a falta de capilaridade da Rede, quase um não-partido. A associação ao PSB, pelo qual Marina foi candidata, parece ser a saída, restando saber se o partido que ocupa a vice de Alckmin em São Paulo não tem outros planos.
Há também a hipótese Joaquim Barbosa na sua chapa. O ex-presidente do Supremo, algoz do PT no julgamento do mensalão, seria um ativo e tanto em tempos de Lava Jato, assim como a atual ocupante da chefia Judiciário, Cármen Lúcia.
Barbosa já foi procurado por emissários de Marina, assim como por tucanos e pelo PSB, mas mantém-se fechado em copas.
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