terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Temer cede a pressão e indica Moraes para vaga no Supremo

• Senadores decidirão se ministro da Justiça, filiado ao PSDB, ocupara posto de Teori; oposição critica

Temer anuncia indicação de Alexandre de Moraes ao STF

Gustavo Uribe – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, anunciou oficialmente nesta segunda (6) a indicação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao STF (Supremo Tribunal Federal).

O presidente Temer decidiu indicá-lo à vaga que era ocupada por Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no dia 19.

A escolha de Moraes ganhou força no fim de semana, superando o favorito até então, o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Ives Gandra Filho.

"As sólidas credenciais acadêmicas e profissionais do Doutor Alexandre de Moraes o qualificam para as elevadas responsabilidades do cargo de Ministro da Suprema Corte do Brasil", diz a nota oficial da Presidência da República.

Em uma troca de mensagens pelo telefone celular, o ministro da Justiça avisou uma pessoa que seria indicado pelo presidente nesta segunda, segundo imagem flagrada pela Folha. "Hoje, lá pelas 19h00, o Presidente indicará meu nome para a vaga do Supremo Tribunal Federal. Se Deus quiser, em pouco tempo", diz trecho digitado pelo ministro. Logo depois, ele começa a escrever sobre a sabatina que tem de ser realizada pelo Senado para que seu nome seja aprovado.

Nos bastidores, Moraes recebeu respaldo de líderes partidários no Congresso e de ministros do próprio STF.

Ele será sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e terá seu nome apreciado pelo plenário do Senado.

A expectativa é que ele não tenha dificuldades em ser aprovado.

CARREIRA
Filiado ao PSDB, Moraes, 49, foi promotor de Justiça em São Paulo e ocupou cargos nos governos do tucano Geraldo Alckmin no Estado.

Foi secretário da Justiça, de 2002 a 2005, e secretário da Segurança Pública até o ano passado, quando deixou o posto para assumir o Ministério da Justiça, logo após o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.

Também foi secretário municipal de Gilberto Kassab (hoje no PSD) em São Paulo na década passada.
Como advogado, defendeu o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso na Lava Jato. O novo ministro do Supremo foi ainda professor titular da USP.

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