• Senadores decidirão se ministro da Justiça, filiado ao PSDB, ocupara posto de Teori; oposição critica
Temer anuncia indicação de Alexandre de Moraes ao STF
Gustavo Uribe – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, anunciou oficialmente nesta segunda (6) a indicação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O presidente Temer decidiu indicá-lo à vaga que era ocupada por Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no dia 19.
A escolha de Moraes ganhou força no fim de semana, superando o favorito até então, o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Ives Gandra Filho.
"As sólidas credenciais acadêmicas e profissionais do Doutor Alexandre de Moraes o qualificam para as elevadas responsabilidades do cargo de Ministro da Suprema Corte do Brasil", diz a nota oficial da Presidência da República.
Em uma troca de mensagens pelo telefone celular, o ministro da Justiça avisou uma pessoa que seria indicado pelo presidente nesta segunda, segundo imagem flagrada pela Folha. "Hoje, lá pelas 19h00, o Presidente indicará meu nome para a vaga do Supremo Tribunal Federal. Se Deus quiser, em pouco tempo", diz trecho digitado pelo ministro. Logo depois, ele começa a escrever sobre a sabatina que tem de ser realizada pelo Senado para que seu nome seja aprovado.
Nos bastidores, Moraes recebeu respaldo de líderes partidários no Congresso e de ministros do próprio STF.
Ele será sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e terá seu nome apreciado pelo plenário do Senado.
A expectativa é que ele não tenha dificuldades em ser aprovado.
CARREIRA
Filiado ao PSDB, Moraes, 49, foi promotor de Justiça em São Paulo e ocupou cargos nos governos do tucano Geraldo Alckmin no Estado.
Foi secretário da Justiça, de 2002 a 2005, e secretário da Segurança Pública até o ano passado, quando deixou o posto para assumir o Ministério da Justiça, logo após o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.
Também foi secretário municipal de Gilberto Kassab (hoje no PSD) em São Paulo na década passada.
Como advogado, defendeu o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso na Lava Jato. O novo ministro do Supremo foi ainda professor titular da USP.
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