Presidente disse que faria mudanças até dezembro, mas partidos cobram regras iguais
Cristiane Jungblut, Eduardo Barretto e Maria Lima / O Globo
-BRASÍLIA- A base aliada reagiu ontem à reforma ministerial anunciada pelo Palácio do Planalto. Após o pedido de demissão do tucano Bruno Araújo (Cidades) na segunda-feira, o presidente Michel Temer anunciou que “até meados de dezembro” concluiria o troca-troca. Seus principais assessores anunciaram que as mudanças atingiriam todos os ministros que querem disputar as eleições em 2018. A reação, porém, não demorou.
O presidente do PP, Ciro Nogueira, que esteve com Temer, deixou clara ontem a dificuldade que o governo enfrentará:
— O presidente me consultou. O ideal era que os ministros candidatos saíssem em abril, mas não vamos ser empecilho para a reforma do presidente, desde que a regra valha para todos, que não sejam retirados uns e outros permaneçam.
O problema central é que, no próprio Planalto, já se considera que haverá exceções à linha de corte do Planalto. A principal delas é a do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que, embora seja um possível candidato, é considerado intocável pelo governo, por ser o fiador da política econômica. Outros casos delicados são os dos ministros Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior), que não têm mandatos e, investigados na Lava-Jato, ficariam sem foro.
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), criticou a decisão de Temer de fazer uma ampla reforma agora:
— Uma mudança agora significa quebrar o ritmo de ações que estão sendo implementadas. Seria retroceder no momento de colher frutos, uma tarefa complicada para um governo que tem no fator tempo um de seus maiores desafios.
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