Por Fernando Taquari | Valor Econômico
SÃO PAULO - Pré-candidato à Presidência da República, o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), reagiu ontem à possibilidade de o país eleger neste ano um 'showman'. O Brasil, conforme disse o tucano em entrevista à Rádio Bandeirantes, precisa de um líder capaz de resolver seus problemas.
A declaração ocorre no momento em que volta-se a especular no meio político a possibilidade de o apresentador de TV Luciano Huck concorrer ao Palácio do Planalto neste ano.
"O Brasil não precisa de 'showman'. Quem quer assistir show, têm gênios no Brasil [do entretenimento]. O Brasil precisa de alguém que resolva os problemas", disse Alckmin. O governador fez a observação ao responder sobre a pressão de dirigentes tucanos que lhe cobram um desempenho melhor nas pesquisas de intenção de voto.
No último Datafolha, ele oscila entre 8% e com 12%. Os levantamentos neste momento de pré-campanha, segundo o governador, não têm significado". O tucano lembrou que o senador Aécio Neves (MG) tinha 5% das preferências em abril de 2014. "Não me preocupa muito", reforçou.
Apesar da declaração, vista por correligionários como uma referência indireta a Huck e outros potenciais adversários, o presidenciável tucano afirmou que estimula a participação de novas lideranças na política, embora tenha questionado o que representa o "novo". "O novo é a idade? Você ter 30 ou ter 60 anos? É nunca ter disputado? Nunca ter tido uma administração pública? O novo é defender o coletivo", concluiu.
O governador voltou a pregar a união entre os partidos de centro para evitar "extremismos" que levam a um cenário de caos, como o registrado na Venezuela, dividida entre grupos pró e contra o governo Nicolás Maduro.
Ao tratar dos problemas nacionais, defendeu as reformas tributária e política. Na sua opinião, ambas devem ser discutidas no primeiro ano de governo do presidente eleito em 2018.
Questionado como responderia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual debate na campanha sobre denúncias de corrupção nos governos do PSDB em São Paulo, como o cartel nas obras do metrô e trem, Alckmin ressaltou que não há investigações contra ele, "mas uma delação". No dia 24 de novembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu da Procuradoria Geral da República o pedido de abertura de inquérito contra o tucano. A ministra Nancy Andrighi franqueou o acesso dos autos às partes.
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