“Não há atalhos que leve a um represamento rápido, hábil e sem esforço das correntes “de volta para” – seja Hobbes, as tribos, a desigualdade ou o útero. Eu repito: a tarefa presente de erguer a integração humana até o nível de toda a humanidade provavelmente se mostrará muito árdua, onerosa e difícil de se levar a efeito e de se completar. Nós temos de nos preparar para um longo período marcado por mais perguntas que respostas e mais problemas que soluções, assim como para atuar à sombra de chances muito equilibradas de sucesso e derrota. Nesse caso específico, porém – em oposição aos casos aos quais Margaret Thatcher o imputou -, o veredicto “Não há alternativa” vai se afirmar e consolidar sem possibilidade de apelo. Mais que em qualquer outro tempo, nós – habitantes humanos da terra – estamos numa situação ou\ou: estamos diante da perspectiva de nos darmos as mãos ou de rumar para as nossas valas comuns.”
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Zygmunt Bauman (1925-2017). “Retropia”, p. 155. Editora Zahar, 2017.
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