Márcio França, do PSB, e o tucano João Doria disputam chapa governista
Tiago Dantas e Cristiane Jungblut / O Globo
-SÃO PAULO E BRASÍLIA- O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que o cenário ideal para a sua sucessão no Palácio dos Bandeirantes seria o lançamento de um único candidato em sua base de aliados. Segundo ele, no entanto, é natural que o PSDB queira indicar um nome próprio.
A base de Alckmin tem pelo menos dois pré-candidatos ao governo paulista. Um deles é o atual vice-governador, Márcio França (PSB), que já anunciou ter apoio de PR, Pros e Solidariedade. O outro nome deve sair de disputa interna do PSDB entre o prefeito de São Paulo, João Doria, mais cotado entre os tucanos, o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, e o cientista político Luiz Felipe D’Avila.
Em entrevista publicada pelo GLOBO ontem, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que seria importante se o PSDB abrisse mão da sua candidatura e apoiasse França, o que poderia resultar num apoio dos socialistas à campanha presidencial de Alckmin. O governador de São Paulo preferiu não citar nomes.
— O ideal é ter um candidato só da base. É questão de conversar — disse o Alckmin.
‘Não dá para ir à mesa com uma pré-condição’
Governador também fala em possibilidade de não haver acordo com aliados
No sábado, o prefeito de São Paulo, João Doria, havia dito que era “zero” a chance de o PSDB não ter um candidato próprio ao governo de São Paulo. Confrontado com essa declaração, Geraldo Alckmin disse que pode haver diálogo:
— É natural que o PSDB, sendo o maior partido, tenha candidato próprio, mas não dá para ir à mesa de negociação com uma pré-condição, porque senão não há diálogo.
Se não houver acordo de um candidato único, diz Alckmin, “não tem problema”:
— Se não tiver possibilidade de unir toda a base, não tem problema. Vamos ter um, dois, três palanques.
As declarações de Alckmin foram entendidas no PSDB como uma forma de reduzir a guerra interna. Segundo tucanos, o próprio governador identificou resistências de parlamentares à ideia de não lançar candidato do próprio PSDB por temerem perda de votos para o legislativo, já que, em São Paulo, a sigla registra fortemente o chamado voto na legenda. Eles temem que o número 45, do PSDB, “desapareça”.
Integrante do comando do PSDB, o deputado federal Sílvio Torres (SP) endossou o discurso mais cauteloso do governador Alckmin:
— O melhor é termos um palanque só — afirmou Sílvio Torres.
O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, disse que também aposta numa candidatura única.
— Prefiro ganhar eleição e manter um modelo austero e exitoso de governo. Prefiro candidatura única da base do governo — disse Nogueira.
SONHO DO PSB”
Dentro do PSB, dirigentes afirmam nos bastidores ser “um sonho” Márcio França obter apoio formal do PSDB. Para essas lideranças, contudo, o PSDB nunca abriria mão de ter candidato próprio nas eleições para governador de São Paulo.
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