Fernando Haddad foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de participação num esquema de caixa dois utilizado no financiamento de sua campanha à Prefeitura de São Paulo de 2012.
Haddad tem sido apontado como um nome alternativo para o PT lançar à Presidência, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já condenado pelo juiz Sergio Moro por corrupção e lavagem de dinheiro, seja impedido de concorrer em decorrência do julgamento previsto para o próximo dia 24.
Com o indiciamento do ex-prefeito, os planos A, B e C do PT para 2018 passam a ter algum tipo de pendência com o Judiciário ou com investigadores.
O plano C, vale lembrar, é o ex-ministro e ex-governador da Bahia Jaques Wagner, que aparece na delação da Odebrecht como destinatário de R$ 12 milhões em propinas e de presentes caros.
Não é só o PT que se vê enrolado em problemas dessa ordem. Pelo lado dos tucanos, tanto o governador Geraldo Alckmin quanto o senador José Serra tiveram seus nomes mencionados em delações. No caso de Alckmin, o inquérito tramita no STJ e, no de Serra, no STF.
Até o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que insiste em disputar prévias com Alckmin, tem contra si um inquérito relacionado a propinas da Odebrecht na Justiça Federal. Restaria João Doria, mas o prefeito paulistano parece ter perdido muito do terreno que tinha para reivindicar a candidatura.
Também foram mencionados em delações os nomes dos presidenciáveis Rodrigo Maia (DEM) e Marina Silva (Rede).
Jair Bolsonaro (PSC) não fez aparições nas listas da Lava Jato, mas é réu num processo criminal no STF. Responde por incitação ao estupro.
Sobra, entre os nomes principais até agora aventados, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD) —ainda que lhe faltem intenções de voto.
Apesar de suspeitas pairarem sobre quase todo o universo político, só Lula corre o risco de ficar fora da disputa por causa da Lei da Ficha Limpa. Isso porque ele é o único já condenado em primeira instância e pode ter a sentença confirmada pela segunda já na próxima semana. Se isso ocorrer, estará, em tese, impedido de concorrer.
Porém, como estamos no Brasil, seria uma temeridade não contar com surpresas da Justiça. E, nesse quesito, existem possibilidades para todos os gostos.
Petistas apostam que conseguirão manter Lula na corrida, mesmo na hipótese de condenação pelo TRF-4, até as vésperas do pleito. Não é o suficiente para assegurar a vitória e a posse, mas basta para gerar bastante confusão.
Outra fonte de incerteza é a estranha decisão do STF, tomada no final de 2016, de que réus em processos penais não podem estar na linha sucessória da Presidência.
Num país em que o Judiciário tem hesitado cada vez menos em interferir no processo político, nada impediria a corte de estender essa restrição ao titular do cargo. Aí a barafunda seria total.
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