Por Raphael Di Cunto | Valor Econômico
BRASÍLIA - Ainda indeciso sobre se candidatar ou não nas eleições deste ano, o apresentador José Luiz Datena se reuniu sábado com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o líder da bancada do DEM, deputado Rodrigo Garcia (SP), e recebeu convite para concorrer à Presidência, numa chapa que poderia ser liderada por ele ou por Maia, ou ao Senado, na coligação do ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), afirmam fontes.
O DEM pretende anunciar a decisão de Datena de deixar a TV e rádio e se candidatar a um cargo público na quinta-feira. O apresentador, que ainda não bateu o martelo, tem até o dia 30 (sábado) para deixar a televisão, mas tem um programa dominical nas tardes da "Band" que exigiria uma decisão prévia para que a emissora não fique com um buraco na programação.
Integrantes da cúpula do DEM dizem que o partido já fez sondagens com Maia candidato à Presidência e Datena de vice e a chapa ultrapassaria o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) em intenções de voto. Para isso, contudo, é necessário convencer o apresentador a se candidatar e concorrer a vice. Datena já cogitou outras vezes entrar na vida pública e desistiu.
O DEM encomendou pesquisa qualitativa, que ficará pronta esta semana, para analisar os cenários e decidir quem apoiar nas eleições. Conforme o Valor revelou semana passada, cresce no partido o movimento para que o próprio Datena seja testado como candidato à Presidência, movimento que chegou também à cúpula partidária. Hoje o pré-candidato da sigla é Maia.
Na cúpula, a avaliação é que Maia não tem o principal requisito para cativar os eleitores desta eleição: ser um "outsider" da política. Já Datena, um jornalista de sucesso que fez a carreira no esporte e depois como pioneiro dos programas policialescos, com um discurso de combate à criminalidade e à corrupção, se encaixa perfeitamente no perfil.
Mesmo sem anunciar oficialmente que é candidato, o apresentador já lidera as pesquisas de intenção de voto para o Senado em São Paulo, a frente de nomes tradicionais como o vereador Eduardo Suplicy (PT) e a senadora Marta Suplicy (MDB). Nenhuma pesquisa pública divulgou seu nome para a Presidência. No domingo, após a reunião com o DEM, Datena afirmou na TV que não tem vontade de concorrer, mas que não vê disposição dos que estão aí para fazer a reforma política e que está indeciso. "Se domingo que vem eu tiver apresentando esse programa, é porque eu não entrei na política. Se domingo que vem eu não tiver aqui, é porque eu já tomei a decisão de durante um tempo deixar a televisão", disse.
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