- O Globo
A Segunda Turma do STF deveria julgar hoje um pedido para suspender a condenação de Lula. Deveria, mas não deve mais. Na última sexta, o ministro Edson Fachin arquivou o recurso da defesa do ex-presidente.
A decisão jogou mais um balde de água fria sobre os petistas. Eles apostavam que Lula tinha boa chance de conseguir o benefício da prisão domiciliar. Permaneceria inelegível, mas deixaria a cela em Curitiba e poderia retomar as articulações políticas em São Bernardo.
Com a recusa de Fachin, o ex-presidente deverá mofar na cadeia por pelo menos mais um mês. Os ministros já estão de malas prontas para o recesso. Só voltarão ao trabalho em agosto, depois das férias escolares e judiciárias.
O novo revés elevou a tensão no front petista. As duas bancas que defendem Lula entraram em conflito aberto. Sepúlveda Pertence quase abandonou a causa, sentindo-se desautorizado por Cristiano Zanin. O ex-presidente também se irritou. Quem o visitou ontem encontrou um preso inconformado. Lula chegou a dizer que preferia ficar na cela a ser obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica.
Os lulistas despejam a ira sobre Fachin, nomeado no governo Dilma. “A decisão dele foi um escárnio, uma chicana para manter o Lula preso”, ataca o deputado Wadih Damous. Ele acusa o ministro de “jogo combinado” com o TRF-4, que negou seguimento ao recurso na última sexta.
O deputado sugere que Fachin cancelou o julgamento porque temia ser derrotado na turma, onde tem ficado em minoria nos julgamentos. Ontem à noite, o ministro reforçou a tese ao direcionar um novo recurso da defesa ao plenário do tribunal.
Para aliados do ex-presidente, a nova manobra deve sepultar a chance de ele ser solto antes de agosto, mês de registro das candidaturas. Hoje Lula completa 80 dias na cadeia.
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Protagonista de baixarias em eleições passadas, Silas Malafaia começou cedo em 2018. Ele gravou vídeo em que chama Marina Silva de “dissimulada” e diz que ela “envergonha os evangélicos” por defender um plebiscito sobre o aborto. O pastor não falha: vai pedir votos para Jair Bolsonaro, que defende a tortura e a pena de morte
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