Presidenciável diz que sua sigla é a única que pode concorrer sozinha na eleição; em culto, pastor duvida da capacidade de ex-ministro ‘decolar’
Marcelo Osakabe | O Estado de S.Paulo
Pré-candidato do MDB à Presidência da República, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou nesta segunda-feira, 16, contabilizar ao menos 450 dos 629 votos dos delegados para convenção nacional do partido, que deve ser realizada no dia 3 de agosto, em Brasília. Ele disse ainda que o MDB é “talvez” o único partido que pode disputar “sozinho” a eleição presidencial nas eleições 2018.
Para Meirelles, no entanto, com a ideia de candidatura própria se solidificando na legenda, há a possibilidade de alianças com outros partidos. “O fato de o Centrão não ter se decidido mostra que ainda estão em busca de uma alternativa”, disse.
Na noite desta segunda, em São Paulo, Meirelles participou de um culto da Igreja Assembleia de Deus do Belém. O presidente da igreja, pastor José Wellington Bezerra da Costa, chamou o presidenciável de “pai das finanças” durante o encontro de obreiros, do qual participam apenas homens com cargos na igreja.
Bezerra da Costa, contudo, pôs em dúvida a capacidade de o ex-ministro “decolar” na disputa. “Capacidade administrativa ele tem, já demonstrou, de finanças ele conhece tudo, de maneira que para o momento do Brasil seria o homem ideal. Agora, não sei se ele decola porque, você sabe, a política é muito dinâmica, né? Tem outros aí que são profissionais e estão nadando de braçada”, disse o pastor ao Estadão/Broadcast.
Bezerra da Costa afirmou que se aproximou de Meirelles durante o governo Michel Temer. Quando o presidente foi alvo de denúncia pela Procuradoria-Geral da República, o pastor disse que pediu aos integrantes da bancada evangélica na Câmara para barrar a acusação formal.
Em sua fala, Meirelles pediu oração por ele e pelo País. O pré-candidato destacou sua gestão no Ministério da Fazenda e disse que, “com fé e determinação”, foi possível tirar o País da recessão.
Mais cedo, o presidenciável avaliou que a demora em se firmar como o nome do partido nas eleições deste ano fez com que a tratativa com os demais partidos também atrasasse. Sobre a definição da vice, o emedebista disse que a conversa ainda é muito “prematura”, mas acenou com a possibilidade de que a escolha fique dentro do partido.
“Acho que teremos uma definição de aliança antes da convenção. Mas o importante é saber que o MDB tem condições até de correr sozinho, tem estrutura e tempo de TV para isso. É, talvez, o único partido com condições de correr sozinho.” Segundo partido com mais tempo de televisão, o MDB tem 12,6% do tempo de propaganda eleitoral, ficando atrás apenas do PT.
Apesar de ainda não ter saído de 1% de intenção de voto nas pesquisas de opinião, o pré-candidato do governo Temer se mostrou confiante com suas perspectivas. “Não tenho dúvidas de que estaremos no segundo turno. Minha dúvida é apenas se daria para ganhar no primeiro turno”, disse.
Recursos. No início do mês, em reunião da executiva, o MDB decidiu que o partido não repassaria verbas do fundo eleitoral para a campanha de Meirelles à Presidência – o limite de gastos para a disputa à Presidência é de R$ 70 milhões. A ideia do partido é que o ex-ministro financie sua própria campanha, como disse à época o presidente da sigla, o senador Romero Jucá. / Colaborou Daniel Weterman
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