Candidata diz que partidos deixaram ‘população de lado, como se ela fosse apenas um detalhe’
Bruno Góes e Cristiane Jungblut | O Globo
BRASÍLIA/ A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, disse, ontem, que a quebra da polarização entre PT e PSDB é, neste ano, “mais necessária do que nunca”. Marina participou do encontro “Coalizão pela Construção”, evento que reúne entidades empresariais do setor de engenharia. Perguntada sobre a aliança do PT com o PCdoB e a possível disputa entre tucanos e petistas na eleição à Presidência, Marina disse que “quem fez o problema não vai resolver o problema”.
— A sociedade brasileira vem tentando quebrar essa polarização desde 2010. E agora, mais do que nunca, ela é necessária. Em todas as eleições, desde que reconquistamos nossa democracia direta, temos um fato inédito. Temos uma situação em que dois partidos que se revezaram no poder até pouco tempo deixam a população de lado, como se ela fosse apenas um detalhe, e no dia 7 de outubro ela precisa fazer uma espécie de plebiscito. Nós vamos trabalhar com todas as nossas forças, eu e Eduardo Jorge, para que esse plebiscito não prevaleça — disse Marina.
Marina disse aos empresários que acabar com os “desvios da corrupção" é fundamental para acabar com desperdícios no setor da infraestrutura. Como ex-ministra do Meio Ambiente, Marina defendeu apolítica ambiental, mas admitiu que as regras do licenciamento precisam ser aprimoradas.
— De saída, considero que os marcos legais sobre licenciamento precisam ser aprimorados para ganhar agilidade. Um licenciamento bem feito garante sua implementação sem judicialização.
Num recado aos empresários, ela alertou que “o barato pode de sair caro”, se houver afrouxamento das regras. E ainda defendeu as reformas da Previdência e tributária.
—Enfraquecera legislação ambiental é o barato que sai caro: o setor não vai querer pagar a conta da judicialização—disse Marina.
No plano político, a candidata criticou as alianças partidárias feitas pelos adversários, sem citar seus nomes, e alertou que a democracia está “sob ameaça", pedindo que o setor “não caiado conto do vigário" e em discursos extremistas.
—Vivemos o mais longo período democrático da História brasileira e interrompê-lo no ano em que a Constituição Cidadã completa 30 anos seria uma tragédia — disse.
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