Candidatos pregam conciliação em agendas e programas de rádio e TV. Em reunião com partidos, diretor-geral da Polícia Federal confirma reforço na escolta de cinco presidenciáveis, que passará a ser feita por até 125 agentes
Dimitrius Dantas, Eduardo Bresciani, Natália Portinari e Sérgio Roxo | O Globo
BRASÍLIA E SÃO PAULO - O ataque ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi lembrado pelos principais candidatos à Presidência nos programas de rádio e TV e em agendas públicas ontem. Além de prestar solidariedade ao deputado federal, internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, os presidenciáveis fizeram apelos contra a violência.
Em vídeo divulgado ontem, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que o país precisa de pacificação:
— Não é na bala e nem na faca que vamos construir essa nação —afirmou, aproveitando para criticar o PT — O ódio que divide o país cresceu com o PT e fez prosperar radicais de um lado e de outro. Isso não serve a nenhum brasileiro de bem —disse.
Durante evento de campanha em Criciúma (SC), Alckmin fez um apelo pela “conciliação do país”.
—Toda vez que o Brasil fez um esforço conciliatório, o país avançou.
O candidato Álvaro Dias (Podemos) também fez menção ao atentado em sua propaganda. Desejou que o adversário se recupere rápido e afirmou que “não é na faca e nem na bala que vamos resolver os problemas”. Os outros presidenciáveis não citaram Bolsonaro na propaganda na TV.
Marina Silva (Rede) classificou o ataque como inaceitável e pregou a paz, durante uma caminhada no centro de São Paulo. A ex-senadora questionou, no entanto, uma das principais bandeiras de Bolsonaro, a liberação do porte de armas.
— Eu fico pensando se, que Deus o livre, aquela pessoa tivesse uma arma de fogo na mão, o que poderia ter acontecido? Temos que acreditar que quem nos defende da violência, do crime, é o amor, o respeito dentro do nosso coração, e não uma arma na mão.
Também em São Paulo, o candidato a vice do PT, Fernando Haddad, repetiu que deseja que Bolsonaro se recupere após o ataque. Numa carreata no interior do Ceará, Ciro Gomes (PDT) disse que o episódio deve ser repudiado.
— Aquilo que aconteceu é uma coisa que se deve repudiar fortemente, mas não guarda a menor coerência com a tradição brasileira. Nós precisamos ir para rua, abraçar o povo e fazer força para que a disputa política seja uma disputa de ideais, de projetos, e nunca de violência, de prepotência. Na TV, a campanha de Bolsonaro destacou as orações pela vida do candidato:
— O povo brasileiro caminha unido em oração pela vida do nosso Jair Messias Bolsonaro —diz a peça. Os candidatos à Presidência vão se reunir às 18h de hoje para participar de debate organizado pela “TV Gazeta" e “Estado de S. Paulo”. Antes do incidente, Bolsonaro já havia informado que não iria.
SEGURANÇA REFORÇADA
O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, se reuniu com representantes das campanhas ontem, para discutir o aumento do efetivo da escolta policial. Desde o início da campanha, a Polícia Federal destacou 80 policiais para acompanhar os cinco candidatos que solicitaram a escolta: Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias e Jair Bolsonaro. Após o atentado, o total de policiais na escolta deve chegar a 125. Antes, cada um dos principais candidatos tinha direito a até 21 agentes, conforme a necessidade. Agora, serão até 25 para cada um desses cinco presidenciáveis.
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