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O que está por vir
Por ora, Marcelo Bretas, juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, encarregado, ali, da Operação Lava Jato, é o nome do coração do presidente Jair Bolsonaro para preencher a vaga a ser aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Celso de Mello em 2019. Seria o primeiro ministro evangélico.
Bolsonaro está convencido de que o Senado não aprovará a nomeação do ex-juiz Sérgio Moro depois que sua reputação foi gravemente abalada com o vazamento a conta gotas de mensagens trocadas por ele com procuradores da Lava Jato, em Curitiba. De resto, o ambiente no STF tornou-se tóxico para Moro.
Mas Bretas é também o nome do coração de Bolsonaro para substituir Moro no Ministério da Justiça, caso o ex-juiz não mais se sustente por lá. O presidente entende que ministro, qualquer um, é como fusível: queimou, joga-se no lixo e providencia-se outro. A chapa de Mouro está esquentando e ele não tem muito que fazer.
Sua saída do cargo para uma curta temporada de férias com a família poderá coincidir com a publicação de novas mensagens que o comprometem. O procurador Deltan Dallagnol recusou convite para depor a respeito na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Esqueceu que poderá ser convocado, e, nesse caso, obrigado a ir.
Se não for, será levado coercitivamente. Como aconteceu com Lula quando a Polícia Federal foi buscá-lo em São Bernardo do Campo para ser ouvido por procuradores em uma sala do aeroporto de Congonhas. Com uma diferença: Lula não havia sido convidado para depor. Nem intimado. Foi mais um espetáculo da Lava Jato.
Mudar para que tudo permaneça igual
Sobre a velha e a nova política
Era assim no tempo da Velha Política: às vésperas da votação no Congresso de algum projeto de interesse do governo, o presidente da República autorizava o pagamento de emendas parlamentares ao Orçamento destinadas à construção de obras na base eleitoral de deputados e senadores. Os que votassem como o governo queria eram contemplados, os outros não. Ficavam para a próxima vez.
No tempo da Nova Política, inaugurada pelo presidente Jair Bolsonaro há apenas seis meses, é assim: às vésperas da votação no Congresso da reforma da Previdência, só nos primeiros cinco dias de julho o governo empenhou R$ 2,551 bilhões para o pagamento de emendas parlamentares. De janeiro a junho último, foi R$ 1,77 bilhão. Os dados são da ONG Contas Abertas.Notou a diferença? Não? De fato, não há diferença. Assim agiram os governos anteriores ao do capitão. Sempre se dirá, e com justa razão, que é obrigatório o pagamento das emendas parlamentares, embora o governo possa protelá-lo a seu gosto. Só não se diga que a Nova Política é diferente da Velha. Porque não é. Se ela pretendeu ser, envelheceu precocemente.
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